sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Porque ter um blog?

Já me fiz esta pergunta algumas vezes. Agora que estava reorganizando o blog comecei a pensar seriamente nisso. Principalmente depois do comentário do Joza (tive que procurar no dicionário o significado de epifania o que me deixou ainda mais confuso).

Porque eu estou aqui, escrevendo para um público mínimo, que eu não conheço, quando poderia estar em um boteco ou loja de pesca tomando uma cerveja e conversando com pessoas reais? (é uma pergunta retórica, quem me conhece favor não responder).

Muitos usam o chavão "escrevo pra exorcizar demônios". Quer exorcizar demônios então vá à alguma igreja dessas tantas que existem por aí.

Pior ainda são os que argumentam "escrevo pra mim mesmo", então não coloque mais lixo na internet, salva isso em casa. Ou melhor usa um caderno e caneta, assim nem gasta com o computador e pode escrever em qualquer lugar, até no banheiro, onde deveriam estar 90% dos blogs do mundo.

O fato é que comecei a escrever porque queria dizer algumas coisas relacionadas à pesca e nos fóruns sempre tinha algum babaca que desvirtuava o assunto ou pior, fazia algum comentário infeliz que gerava discussões inúteis. Se você leu este blog desde o começo já deve ter visto que vários assuntos tratados aqui são polêmicos e que num fórum renderiam respostas e mais respostas, muitas delas inúteis, mal educadas e idiotas.

Conheço uma pessoa que virou pro-blogger, devido à qualidade dos seus textos. Mas este não é meu objetivo. Muito menos ganhar com publicidade, na real, pra ganhar os primeiros 100 reais (só pagam a partir de um valor x) só com site de pornografia.

Poderia começar a escrever sobre algo que sei fazer bem e, quem sabe, futuramente isso possa ter algum retorno. Mas o que eu sei fazer bem?
1. Criticar, achar defeitos, sugerir melhorias.
2. Geoprocessamento, que é o mais ligado à minha formação mas que devido o meu emprego não venho executando do jeito que gostaria.

Então... sem concluir nada, vou terminar a minha cerveja, trocar de roupa e ir para o ponto de ônibus, pois daqui a pouco tenho um compromisso e estou sem carro e já demorei demais e corro o risco de perder o ônibus, escrevendo não sei pra quem.

Um ótimo fim de semana para todos os que por ventura acabem lendo isto.

domingo, 19 de outubro de 2008

Alternativo, genérico, similar ou novo?

O termo material alternativo foi criado pelos primeiros atadores tupiniquins, que não encontravam o material específico de atado e, com o bom jeitinho brasileiro, improvisavam com outros materiais. Se isso acontecesse hoje em dia certamente seria chamado de material genérico. Depois da regulamentação dos medicamentos genéricos, o termo "genérico" passou a ser usado indistintamente para similares, piratas, cópias e outros que se parecem com algo tido como original.

Já falamos um pouco sobre o assunto antes, primeiro sobre o uso de materiais de fantasia e depois sobre o uso de fio de cobre. Mas eu penso que já está na hora de fazer uma distinção entre: alternativo, genérico, similar e novo. Pra mim muito do que é chamado de alternativo é na verdade similar ou genérico. Ou seja é o mesmo "ingrediente" mas não necessariamente o mesmo produto.

O marabou, penas muito usadas para atar as famosas wooly buggers, pode ser substituído pelo marabou encontrado em lojas de armarinho, festas ou fantasias, na forma de estolas de penas, que também é marabou, mas são penas de qualidade incompatível com as para atado. Neste caso, acho que poderíamos chamar de similar, embora seja o mesmo "ingrediente", o resultado não vai ser o mesmo.



Para os genéricos se espera o mesmo efeito do original. Já falamos sobre o fio de cobre de transformadores, um verdadeiro genérico, outro exemplo poderiam ser as penas de pavão, também encontradas em lojas de armarinho, fantasias e festas. Neste caso, na maioria das vezes a diferença será mínima, praticamente imperceptível. Este eu classificaria como material genérico. Se bem que é mais fácil e barato (outra hora explico as contas) comprar um pacote de fibras de pavão selecionadas do que comprar uma pena e ficar escolhendo fibra por fibra.



Outra hora escrevo sobre o que eu considero alternativo de verdade e o que seriam os materiais novos, senão o post fica longo demais e assim também eu me obrigo a atualizar o blog.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Notícias: boas e ruins

Uma grande notícia boa: COMPREI MEU BARCO!

Um MetalGlass Karib 500 usado, modelo antigo. O nome vai ser alterado.


O motor de popa eu peguei ontem, não tenho fotos a câmera está no conserto (e quase indo pro lixo).

Hoje levei o barco pra marina, amanhã vou lá levar o motor de popa, um Mercury 25hp Sea Pro. Estava ansioso pra colocar ele na água amanhã mas... acompanhando a previsão do tempo desde 4ª-feira já era ruim: chuva e vento. Tudo bem, pode mudar. E mudou, cada vez pior. Neste momento a previsão gráfica do INPE mostra muita chuva e muito vento.


Então não é amanhã que o P**** P**** (o novo nome somente poucos sabem por enquanto) vai pra água. Mas vou na marina, levar o motor, tirar umas medidas do barco pra começar a pensar nas reformas.

Tudo isso é uma ótima notícia (mesmo com tempo ruim) então o que temos de notícia ruim?

É que com o investimento (isso não é gasto) que tive agora os planos de comprar uma vara Echo #6 pra pescar robalos terá que ser adiado indefinidamente. Então como a vara de fly #5 que tenho é muito lenta pra arremessar iscas volumosas para os robalos, vou voltar a me dedicar mais ao bait-casting.

Assim... este blog que já estava quase parado, por falta de tempo, de ânimo e uma razão (por que perder tempo com um blog?) agora vai ficar ainda mais parado. Vou ficar menos tempo na frente do computador e vou pescar menos de fly.

O que não significa que a minha vara de fly #5 super-lenta não vá pegar uns robalos... Ah! Vai sim!

E quando isso acontecer eu posto aqui.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Nunca só uma!

Quando for atar uma mosca que nunca atou, que é nova pra você, nunca até só uma. Ate no mínimo cinco.

A primeira vai sair uma porcaria e as outras também.

O objetivo não é em apenas cinco moscas conseguir fazer uma perfeita. Isso é praticamente impossível.

O grande atador-pescador-escritor R. Gorben diz que devemos atar pelo menos três, para memorizar o procedimento do atado. Eu como bom aluno, e péssimo (e desmemoriado) atador, aumentei pra cinco e constatei uma outra coisa: controle de material.
Outro grande atador-pescador-enófilo-cervejófilo e amigo Beto Akamine, diz pra fazer 10 de uma só vez, mas eu não tenho tanta paciência assim.


Quando atamos sem um tutor, seguindo as famosas receitas de atado, ficamos sempre com algumas dúvidas: como posicionar este material, como deixar este maldito biot no lugar, como fazer este hackle bonitinho, como isso, como aquilo...

Pra tirar estas dúvidas sem ninguém pra ajudar não tem jeito. E mesmo que tenhamos alguém pra nos ensinar, manusear o material é uma experiência única.

Então pegue uma receita, separe o material e ate. Pelo menos cinco.

Não quer ter moscas idênticas? Tudo bem, ate em tamanhos diferentes, em cores diferentes, com lastros diferentes, experimente posicionar o material de maneira diferente, experimente começar pelo outro lado da pena, mude a ordem que coloca os materiais no anzol, mais material, menos material.

VARIE, EXPERIMENTE, TESTE.

E não ate esta mesma mosca novamente por alguns dias. Seu sub-consciente vai organizar as idéias, as etapas, como selecionar o material, etc. E na próxima vez ficará muito mais fácil.

A propósito, estas coisas feias aí de cima foram 5 tentativas de fazer uma prince nymph, que estão muito longe de serem boas, mas acredito que vão pegar peixe, basta estarem no restaurante do peixe ou sejá lá onde ele estiver comendo.

Aliás, ontem, 3 dias depois de atá-las, num momento de ócio, me ocorreu que se eu simplesmente virar o biot, com a curvatura pra cima, pode ser que o resultado fique melhor. E também vou tentar atar as asas antes do corpo, viradas pra frente e depois que colocar o corpo voltar ele pra trás... talvez fique melhor, mas pra saber só atando mais cinco.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Mudou?

É... mais uma mudança.

O novo título reflete como será este blog daqui pra frente. Sem afobamentos, sem correrias, sem ansiedades, sem a angústia de não ter posts semanais. Que também é como está a minha relação com a pesca com mosca. Vamos indo devagar pra onde o rio nos levar.

Aliás estou tentando levar a vida assim, com mais calma, ao sabor da corrente. Eu poderia criar um outro blog pra falar de outros assuntos, como o Joza fez, criando o Escalafobético. Mas seria mais um blog com pouco conteúdo, então eventualmente irão aparecer aqui outros conteúdos não relacionados à pesca.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Renovando

Como já tinha previsto, este ano está sendo complicado.

Mas sábado fui "renovar" meus arremessos, fui até a Fly Sul fazer uma segunda aula, uma revisão do curso de arremessos que fiz ano passado (ele não cobra a mais por uma segunda, terceira ou trocentésima aula). Fui junto com o Joza que ainda não tinha feito o curso.

Ultimamente eu andava meio desanimado, sem tempo de pescar e quando conseguia tempo ia de bait-casting (a última foi a 36 dias).

Fazer o curso renovou meu ânimo com o fly. Pude ver que não estou tão ruim nos arremessos, as dicas do instrutor me ajudaram a ter mais controle sobre a linha, pude trocar experiências com outros 5 mosqueiros, pude ver uma grande variedade de material de atado e pude testar equipamentos diferentes.



Aliás os equipamentos foram um capítulo à parte, já falei aqui sobre equipamentos diferentes, mas desta vez pude sentir a diferença. A ignorância diminuiu, após várias pescarias com o meu equipamento baratinho e ter testado vários equipamentos de amigos, consequi avaliar o que é o melhor pra mim neste momento.

Quando comecei a pescar, apanhei, me enrolei na linha, pesquei, errei, pesquei, treinei, melhorei e agora chegou a hora de fazer um up-grade no equipamento. Antes eu não conseguia tirar tudo o que o meu equipamento me oferecia, agora que já estou melhor nos arremessos é ele que não consegue me oferecer o que eu quero.

Mas isso vai ficar só pra meados de novembro, pois antes desta vara preciso de um barco. Enquanto novembro não vem, vou tentar voltar ao ritmo das 2 pescarias por semana, quem sabe até lá já não resolvo por outro equipamento.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

COF! COF! COF!

Nossa!!

Quanta poeira neste blog.

Também pudera, este ano tem sido correria total e poucas pescarias. Sem pescar e sem nem ao menos ir ao rio revirar umas pedras me falta inspiração para escrever aqui.

Já tem um bom tempo que não pesco com fly, acho que uns 4 meses.
Na modalidade de bait-casting, faz quase um mês (a última foi dia 29/06), embarcado, sem pedras pra revirar.

Ou eu dou um jeito de recomeçar a pescar logo pra ter munição pra postar ou esse blog vai acabar descendo pelo ralo.

A alternativa seria fazer o que aconteceu com o (extinto) Frigideira, que deixou de falar de pescarias e afins para falar de assuntos gerais, para após uma nova mudança (hoje Escalafobético) , onde em uma linguagem fácil, bem humorada (no meu caso seria mal humorado) e com uma certa dose de sarcasmo (no meu caso: muito sarcasmo) discorre sobre curiosidades e fatos do dia-a-dia (até eu estou lá. rs).

sábado, 24 de maio de 2008

Caso ou compro uma bicicleta?



Bem, a pergunta não é realmente essa, até porque já sou casado e já tenho uma bicicleta.

O real problema é que tive uma forte "recaída" ao bait-casting. Mas continuo querendo pescar com mosca. Na verdade sou viciado na pesca com iscas artificiais (bait), principalmente a do robalo, embarcado, no mangue... só de lembrar já dá uma coisa

Mas pra pescar embarcado (free as a bird), obviamente, tem que ter barco, motor, motor elétrico, bateria, e tudo mais... sem contar a taxa de R$150,00 por mês de marina. Pois deixar barco em casa pra quem mora em apartamento é inviável, sem contar que barco em casa é sinônimo de barco não usado.

Por outro lado quero pescar mais com mosca, mas cheguei ao ponto que preciso de uma vara melhor, uma não, duas. Uma #3, longa, média, para lambaris e saicangas e uma #6, curta, rápida, para robalinhos. Só que pra pescar os lambaris e saicangas é fundamental um bom wader.
E se for comprar todo este conjuntinho aí (wader, vara, carretilha e linha novas) vai dar quase pra comprar o barquinho usado (novo é impossível pro tamanho do meu bolso).

O ruim é que pra comprar o barco tenho que guardar um dinheiro para, talvez, no fim do ano conseguir fechar a compra.

Já para me afundar de vez no fly posso ir me atolando aos poucos: wader agora, vara daqui 3 meses, linha mais 2 meses depois, e por aí vai.

Neste momento acho que a melhor decisão é esperar e comprar o barco. Mas quem diz que a ansiedade me deixa tranqüilo.

Bom, pelo menos uma decisão acertada eu tomei. Adiantei 12 prestações do financiamento do carro e consegui economizar quase 1.900 reais com a redução dos juros. Teoricamente, investi este valor na compra do barco, na prática deixei de dar uma entrada num motor de 15 hp (e continuar pagando muito juros) ou de comprar um novo conjunto de fly.

Sei que foi a mais acertada, mas isso não é suficiente para me tranqüilizar.

Resumindo: as próximas pescarias serão cada vez mais bait e menos fly. Na verdade será cada vez menos pescarias. Junho tem tudo para ser um mês de muito trabalho (e sem ganhar a mais por isso) e nada de pescarias.

Com menos linha voando, menos posts no blog.
Aproveitem que não vai ter nada pra ler e vão pescar, afinal O IMPORTANTE É PESCAR.

terça-feira, 15 de abril de 2008

ESCOLHENDO UM RECEPTOR GPS

ESCOLHENDO UM RECEPTOR GPS

Eloy Labatut de Oliveira (eloylabatut@gmail.com)

Muitas pessoas têm me perguntado sobre qual aparelho GPS comprar, pra ajudar na escolha elaborei este texto básico. Direcionado principalmente para quem pesca e navega e quer um aparelho que possa fornecer outras funções como a de roteamento em estradas e cidades.

Primeiro o mais importante: ter e não saber usar não vai adiantar nada. Leia o manual, veja todas as funcionalidades que ele tem e, se possível, faça um curso. (eu estou, já há algum tempo, tentando preparar um curso básico de GPS de navegação, mas não consegui interessados suficientes para fechar uma turma).

Antes de começarmos na escolha do aparelho precisamos esclarecer alguns conceitos (sem entrar na teoria de funcionamento, vamos direto para informações práticas), pois tem muita propaganda enganosa que não se aplica para nós aqui no Brasil. Todo este texto se refere à GPS de navegação, esses de até 5.000 reais, mas, só para saberem, existem outros aparelhos que podem fornecer precisão na casa dos milímetros. Se você já sabe os princípios do funcionamento GPS pule para a parte O QUE O GPS DEVE FAZER? Então vamos lá:

Todo receptor GPS precisa de 4 satélites pra funcionar corretamente, com 3 ele até pode fornecer uma posição, mas com um erro absurdo, espere pelo 4º satélite e evite maiores problemas.

Se você usa muito pouco o gps, toda vez que ligar vai demorar para achar os primeiros satélites. Pois existem informações sobre as posições destes, num arquivo chamado almanaque, que o aparelho precisa ter para localizar os satélites com facilidade. Então se você ficou muito tempo sem usar o seu aparelho, pode ser que o almanaque esteja desatualizado, assim vai ser necessário baixar outro, não se preocupe o aparelho faz automaticamente (é o tempo que demora quando fica muito tempo sem usar), antes de captar os primeiros sinais e fornecer a posição.

Todos os GPS de navegação vão ter uma precisão muito parecida. As diferenças de um aparelho para outro está relacionado com a velocidade dos cálculos, ajuste do relógio interno (não é a hora que ele mostra), quantidade e posição dos satélites e intensidade do sinal. O que pode variar de um aparelho pra outro é o tempo que ele demora em captar os primeiros sinais, fazer os cálculos e iniciar a fornecer posições.

Existe também a diferença na configuração do sistema de coordenadas e datum utilizado, mas isso é assunto pra outro texto. Nenhum sistema é mais preciso que outro, são “apenas” diferentes formas que os cartógrafos usaram para representar a terra. Assim podem ocorrer diferenças entre as coordenadas do seu gps e do teu amigo, se estiverem configurados para sistemas diferentes.

WAAS é um sistema que existe nos EUA que emite um segundo sinal, que melhora a precisão alcançada, isso permite o uso com segurança para embarcações e aeronaves. Permitindo precisões de até 3 metros. Ter ou não WAAS não faz a mínima diferença para usar no Brasil. Isso geralmente é uma das propagandas enganosas, dizem que o aparelho pode ter precisão de até 3 metros, mas não dizem que isso só é possível com um sinal que não existe no Brasil. Este é o motivo de nos EUA alguns GPS fornecerem posição melhor, não significa que o aparelho vendido lá é melhor, mas que existe um segundo sinal que ajuda a corrigir a posição.

Até o ano 2000, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos deterioravam propositadamente o sinal, sendo a precisão alcançada naquela época de 100 a 300 metros. Com a eliminação da perturbação do sinal, temos a precisão atual de 15 a 10 metros. Coordenadas (waypoints) anotadas até o ano 2000 podem ter uma margem de erro de até 300 metros.

Atualmente os GPS de navegação fornecem precisão de 15 a 10 metros em 90% do tempo.

Só que esta precisão é sempre radial, ou seja, se ele diz que a precisão está em 15 metros, considere um círculo de raio de 15 metros. Então o teu ponto pode estar até 30 metros de distância do que você procura. Outro detalhe, a precisão informada no aparelho não é exata. Ele calcula com base na quantidade e posição dos satélites e fornece a precisão estimada. Como o programa interno não considera a qualidade do sinal, a precisão real é sempre pior do que a informada no aparelho. Por isso não acredite quando o seu aparelho informar que está navegando com precisão de 10 metros, por exemplo. Mantenha sempre uma margem de segurança.

O QUE O GPS DEVE FAZER?

Antes de responder isso precisamos fazer outra pergunta: para quê você quer um GPS?

Quer usar no carro, no barco, na moto, na bicicleta, no caiaque, em caminhadas?

Existem modelos específicos para cada um destes usos e já preparados para serem montados no painel do carro, do barco, da bicicleta ou até mesmo no pulso. Se você tem dinheiro sobrando tudo bem, compre um de cada, mas daí você não estaria lendo este texto. Então acho muito mais simples, e econômico, adquirir um portátil que agregue diversas funções e comprar um suporte para fixação no barco outro para o carro, etc. Custa uns 100 reais cada suporte. Outra vantagem é que não sendo fixo no seu barco ou carro, você pode levar onde quiser. Como no barco ou carro de amigos ou quando for sair com um guia de pesca, por exemplo.

Por este mesmo motivo eu não gosto muito dos que são GPS e Sonar ou GPS e Rádio no mesmo aparelho.

Uma coisa a se considerar é a marca. A líder de mercado de navegação é a Garmin, adquirir um aparelho desta marca pode facilitar na futura aquisição de acessórios e mapas base. Mas existem outras marcas muito boas, como Magellan e Lowrance que estão crescendo rapidamente e cada vez com mais acessórios à disposição.

Indiferente da marca, devem ser consideradas algumas coisas na hora de escolher um aparelho:

- DISPLAY

Você quer um colorido? Qual o tamanho e resolução do display?

Isso está diretamente relacionado à facilidade de visualização. Acredite, não é frescura. Quando estiver navegando à noite, ou com neblina, você vai querer ver as informações facilmente e não vai querer (ou poder) parar para olhar a tela.

- PONTOS, TRILHAS E ROTAS

Quantos pontos, trilhas e rotas o aparelho pode gravar?

Em pouco tempo você vai encher ele de pontos e principalmente rotas. Escolha os com mais memória. Embora pareça muito, 500 waypoints e 20 rotas vai ser pouco. Esta funcionalidade não está relacionada com a memória para mapas de fundo.

- MAPAS, ROTEAMENTO, CARTAS NÁUTICAS

Aceita mapas? Aceita mapas roteáveis? O que é o Bluechart®?

Muita gente acha desnecessário aceitar mapas, mas é porque nunca usou um que aceite. Com mapas base, você não precisa ficar gravando várias rotas para poder chegar ao destino, basta seguir o mapa.

A Internet tem facilitado muito isso, o Projeto TrackSource (www.tracksource.org.br) tem vários mapas gratuitos para download, e diversos já permitem o roteamento. Roteamento é a funcionalidade do GPS que você diz onde quer ir e ele vai mostrando o caminho considerando as ruas, muito comum nos gps automotivos. Várias cidades já estão disponíveis para download, as rodovias federais e estaduais estão todas disponíveis. A tendência é que cada vez mais mapas estejam disponibilizados.

Além dos mapas grátis existem os mapas comprados, a Garmin (vamos nos ater a ela pois a grande maioria no Brasil usa Garmin) têm para venda cartas náuticas de todo o mundo, além de mapas de arruamento, estradas, etc. Imagine você ter na tela do seu GPS uma carta náutica, a navegação fica muito mais fácil e segura.

Se você vai usar cartas náuticas (mesmo que para a sua região ainda não tenha disponível, considere que provavelmente logo vai ter), prefira um que aceite BlueChart, ele pode avisar quando chegar próximo a uma área mais rasa, por exemplo.

Aparelhos que não aceitam mapas já são considerados ultrapassados atualmente, você vai querer investir seu dinheiro em algo ultrapassado?

Se você tiver algum conhecimento de cartografia pode fazer seus próprios mapas de fundo (ou se estiver disposto a pagar, algumas poucas pessoas fazem. Eu sou um).

- AVISO SONORO

Se você quer ainda mais comodidade escolha um que tem aviso sonoro, ele vai emitir um sinal quando chegar próximo a algum ponto programado ou a alguma mudança (curva por exemplo) da sua rota.

- IMAGENS DE SATÉLTIE E GOOGLE EARHT

São poucos os modelos que aceitam o uso de imagens de satélite como “mapas” de fundo. E para ser funcional é necessário um processamento das imagens que a maioria não é capaz de fazer.

O Google Earth, na versão paga, permite uma série de funcionalidades, e acredito que em pouco tempo será possível descarregar as imagens direto para o GPS. Atualmente é possível conectar um GPS a um notebook ou pda (a hp lançou um ipaq com gps embutido) e navegar em tempo real, mas precisaria de conexão a internet sem fio (wi-fi ou celular). E convenhamos, não é muito prático para o uso que se espera de um GPS carregar um computador a tira-colo. Então tem que ser avaliado o quanto isso será realmente útil.

Imagens usam muita memória, exigem displays com melhor resolução e nem sempre é fácil de identificar as feições do terreno. Um bom mapa base pode ser muito mais útil que uma imagem de satélite.

- MEMÓRIA

Quanto de memória?

O máximo possível, ou melhor ainda, um que aceite cartões de memória. Com o rápido aumento dos mapas disponíveis, em pouco tempo sua memória vai ficar cheia, se aceitar cartões pronto, não vai ter este problema, assim você não vai ficar limitado à capacidade do aparelho.

- RESISTÊNCIA A ÁGUA

Alguns aparelhos só agüentam umidade, outros agüentam chuva, outros podem até cair dentro da água, e outros ainda vão boiar se caírem na água.

Se você vai usar no barco, acho que isso é importante.

- BARÔMETRO

Muitos usam o barômetro pra avaliar o comportamento dos peixes, mas ele tem uma outra função primordial, avaliar as condições atmosféricas. Uma rápida queda na pressão é indício que o tempo vai mudar. Se você pesca em alto mar, um barômetro a bordo pode ser muito útil, sendo considerado até mesmo um equipamento de segurança.

É possível configurar para o GPS gravar a pressão mesmo quando desligado, desde que esteja com pilhas (stand-by). A pressão dos últimos dias será exibida como um gráfico.

- BATERIAS

Em geral usam duas ou quatro pilhas comuns tipo AA, e pode usar pilhas recarregáveis. Porém alguns consomem muito mais bateria do que outros. Se você vai usar no carro ou no barco considere também um cabo eliminador de baterias, daqueles que liga em uma tomada tipo “acendedor de cigarros”.

Agora que já falamos sobre as principais funcionalidades voltamos a um dilema, se ter e não saber usar não vai adiantar nada, ter mais do que vai usar também não adianta. É jogar dinheiro fora. Mas em geral, os aparelhos são de uso muito fácil, então eu compraria o melhor que meu bolso permitir.

ESCOLHENDO UM RECEPTOR GPS

Os modelos da Garmin podem ter, depois do nome, umas letras, que significam:

h = high: antena de alta sensibilidade.

C= Color: tela colorida.

x= usa cartão de memória.

S= sensor: para alguns modelos indica os que têm barômetro e bússola independente. Alguns modelos mesmo sem esta letra já tem estas funcionalidades.

Com base no que já foi escrito até aqui você pode entrar no site da Garmin, ver as configurações e escolher o que melhor se adapta para você. Lembre de considerar na hora da compra que alguns modelos, como o famoso E-trex “amarelinho”, vêm sem cabo para transferência de dados e sem software. Só o cabo vai custar mais 150 reais. Sem o software para compartilhar informações com aparelhos de amigos só mesmo digitando coordenada por coordenada. Alguns modelos já vêm de fábrica com o cabo e o software, assim vale a pena considerar se só valor do cabo já não compensa a aquisição de um aparelho melhor. Um último detalhe, os aparelhos mais modernos usam cabos USB comum, iguais aos de máquinas fotográficas digitais, enquanto que os “amarelinhos” precisam de cabo específico e da lerda conexão serial.

Mesmo assim eu vou listar os meus favoritos, os quais eu compraria hoje (atualmente uso um Map76CS, é ótimo, só tem um problema, não é meu).

Vista HCx: antena de alta sensibilidade, colorido, com barômetro e bússola eletrônica independente, aceita mapas, roteável, aceita cartão de memória (micro sd não incluso), conexão com computador via USB, resistente à água (1 metro de profundidade por até 30 minutos), bateria: 25 horas com duas AA alcalinas.

Map 60HCx: mesmas funções do Vista HCx, mais alerta sonoro, aceia antena externa, micro sd 64 Mb incluso, informações de maré com base na coordenada que se encontra, bateria: 18 horas com duas AA alcalinas.

Map 76CSx: mesmas funções do Map 60HCx, mais , micro sd 128 Mb incluso e flutua se cair na água.

Pra quem navega também vale a pena comprar o seguinte mapa adicional: BlueChart Américas. Cartas Náuticas de todas as Américas. E lógico uma visita ao portal TrackSource.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Largado às moscas


Literalmente.

Estou sem tempo e sem ânimo pra escrever sobre fly. A última pescaria foi no mar aberto, sábado, bait-casting, MUITOS do mar, sensacional. Mas este blog é sobre fly, então nada de falar de bait.



Estou corrido, tentando estudar, tentando descançar, com pouco tempo pra pescar e escrever.

Mas estudando a Constituição achei uma coisa bem interessante:

Art. 5º parágrafo II: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

Ou seja, quando a patroa falar que você não vai pescar, apele para a Lei Maior.

E se ela alegar que você tem que cortar a grama, tirar o lixo, arrumar alguma coisa, ou pior ainda: lavar a louça, apele para o parágrafo III:

ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

Bom... vou continuar tentando estudar, se bem que tomando cerveja e ouvindo Breeders não é muito fácil.

Ps. ao que tudo indica isso vai acabar deixando de ser um blog sobre fly. Não sei... vamos ver o que acontece.

PS.2.: Art. 5º parágrafo XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
Então seria o pedágio nas estradas inconstitucional??

quarta-feira, 5 de março de 2008

Coisa chata

A verdade precisa ser dita!

Chega de romantismo, chega dessa história que o fly é bonito, é leveza, é isso, é aquilo.

Pescar com mosca é legal?
É, e bem legal.

Mas tem umas coisas muuuito chatas, principalmente pra quem migra do bait casting: líder, loop conector, nós, nós e mais nós, e algumas outras coisas...

Na última pescaria minha mosca enroscou em um galho do outro lado do rio, era fundo, o rio estava cheio, eu estava sozinho. Não arrisquei entrar. Tentei uns roll-casts pra ver se a mosca soltava. Enrolou o líder (comprado industrializado, cônico) no galho. Que merd.. !

Vou ter que puxar e perder um pedaço de líder, pensei.

Puxei, arrebentou o loop da ponta da linha de fly. Agora sim a cagada estava feita.

Já tem umas 3 semanas que aconteceu isso (estou pescando pouco), e ainda não consertei.

Agora tenho as opções:

- gastar uma grana e comprar os loop-conector prontos e os líderes prontos, ítens que não são nem um pouco baratos se comparar a durabilidade e o preço de outros materiais, mas que são sim, muito práticos e muito bons.

- ou me irrito tentando fazer a porcaria do nó-de-agulha e montar um líder com vários pedaços de mono-filamento de nylon. O que é funcional e "menos" caro, mas não é tão bom e nem um pouco prático.

Pra quem está acostumado a fazer um albright ou algum outro nó mais simples, colocar uns 1,5 m. de fluorcarbono, amarrar um snap e sair pescando, se prepare. Por que o líder no fly é uma coisa muito chata.


Só pra constar, depois do ocorrido fiz 2 pescarias com equipamento de bait. E como sempre gostei muito!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Sexo, Dinheiro, Poder

Um post longo pra (quase) ninguém ler.

Já dizem os pais da bastarda psicologia (quem tem vários pais e não tem mãe, é o quê, afinal?), os seres humanos sempre querem SEXO, DINHEIRO e PODER.

Não necessariamente nesta ordem, não necessariamente ao pé da letra.

O cara quer dinheiro pra ter a carretilha sage, a vara scott, a linha plif-plof, wader de neoprene (pra usar nesse nosso país tropical), wading shoes de gore-tex (se for columbia melhor)... isso pra quê?
Pra pescar 1 vez a cada mês e meio.

O cara quer poder, quer ser o bam-bam-bam, voltar da pescaria e dizer: hoje peguei 76 e meio (meio foi um pequininho, só pra mostrar que ele só contou os "grandes"). Quer ser o sabe-tudo, o bom da boca, o guru (esse é um dos motivos que me afastei dos fóruns).

Sexo, não se aplica muito aqui mas se postasse uma foto caprichada os acessos iriam lá em cima... bem, nem preciso comentar né, já dizia Arnaldo Antunes: "todo mundo quer amor", que aliás também disse que "dinheiro é um pedaço de papel".

Se um blog não fala (mostra) de sexo, não vende nada (contrabandeado de preferência), ou não dá dicas de como ser o rei-da-cocada-preta , não vai ter muitos acessos.

Mas afinal acessos importam? Por quê as pessoas fazem blogs? (isso dá tema para uma tese de doutorado, ou tema para o outro blog, se é que vai existir)

Enquanto digito este texto medíocre o botão "excluir blog" pisca pra mim tentadoramente.

Esse blog começou com uma idéia, que já mudou pra outra, e pra outra e pra outra, e está quase sendo queimado.

Acho que vou usar meu dom (ou maldição) de ser crica e fazer um outro blog, só achando defeitos nas coisas (será que alguém me contrataria como gerente de controle de qualidade?).

No momento esta maldição diz que já tem muita gente escrevendo muita merda sobre pesca e que esquecem do principal: NÃO EXISTE CERTO OU ERRADO, mas existem várias maneiras de se fazer a mesma coisa.
E que se continuar escrevendo sobre pesca, logo vai aparecer alguém dizendo que estou errado e outro dizendo que estou certo e vai acabar em discussão (outro motivo de abandono dos fóruns).

Enfim, acho que sábado vou ao meio-dia para o rio, com meu caniço molenga que não carrega linha (dizem), com minha carretilha que é pesada demais (depende do braço), com minha linha velha e ressecada (isso é verdade), um líder feito sem receita nenhuma, uma mosca atada com pêlo de gato e penas de pardal, e vou pegar umas 5 saicangas.

Só pra contrariar todas as regras. E por que eu posso (síndrome de poder), sei onde elas estão, sei como vão pegar, mas que vai ser difícil de arremessar no meio daquela vegetação isso vai.

Mas... se pelar o gato vou ter problemas em casa, caçar passarinhos não é comigo, e sábado vou estar sem carro pra ir pescar.

Então, continuaremos o faz-de-conta até quando?

Excesso de trabalho + pouca pescaria = crise existencial.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sucata

Conforme eu tinha prometido aí vão dicas de 2 materiais alternativos que funcionam muito bem.

1. LASTRO = fio de estanho pra solda elétrica: facilmente encontrado em lojas de ferragens e materiais de eletrônica. As bitolas mais usáveis são as 1 mm e 0.5 mm. Tem rolos de tudo que é tamanho, de alguns cm até 1 kg (que dá vários metros).

Pra usar tem uma dica: achate ele com a parte lisa de um alicate, assim ele assenta melhor no anzol.

2. Fio para segmentação = fio de cobre de transformador velho. Existe em várias bitolas, alguns tem um verniz isolante que deixa o fio com uma cor vermelha. Pode ser muito interessante.



AMBOS TEM UM PORÉM:

Fio de cobre: pode ser meio trabalhoso desmontar um transformador, sem contar a sujeirada. Prefira os menores. Rádio velho geralmente tem.

Estanho: se você for se deslocar só pra comprar o estanho considere o custo do deslocamento. Embora o preço possa ser um pouco mais caro, no final pode sair mais barato incluir ele na próxima compra de material de atado do que gastar combustível (e tempo) só pra ir atrás de um ítem que não passa dos R$2,50


as moscas prometidas ficam pra amanhã.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Como eu já disse antes.

Tem coisa que compensa importar.

Afinal onde vou encontrar um colete tão bacana quanto esse da Cabelas aqui no Brasil?

Mas que dói pagar 35,90 dólares de frete, isso dói.

Pra traumatizar menos só aproveitando e comprando também uma capa de chuva e uns yamamoto pra pescar black-bass na minhoca.


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A ignorância é uma merda

Quando você não conhece o bom, então o ruim é o bom pra você.

Por isso sempre digo que a ignorância é uma dádiva, mas também pode ser uma merda. Caso você já tenha conhecido o bom (ou o menos mal).

Se você não tem a mínima noção de como funciona a vida dos peixes, as estações do ano, os ciclos hidrológicos, as variações do tempo, etc. ,quando você pesca ou você tem sorte e pega vários ou tem azar e não pega nada.

Fiquei 2 meses sem ir até o rio que pesquei ontem. Em dezembro as saicangas estavam loucas, os alevinos de lambaris minúsculos, alguns robalinhos começavam a aparecer e insetos de todo tipo eclodiam.

Ontem cheguei no rio, água pouco acima do nível, pouco mais turva que o normal mas e daí?
E o resto?

Quanto o rio encheu com as últimas chuvas?
A água está mais quente ou mais fria do que na semana anterior?
Que insetos estão eclodindo ou desovando?
Que tamanho estão os lambarizinhos?
As saicangas já desovaram?
Os nhacundás já desovaram?
Os robalos ainda continuam subindo o rio? Os grandes já chegaram? Ou todos já fazem o caminho de volta?


Sabia que estava ignorante, não consegui ler o rio e pra piorar estava ansioso, muito ansioso.

Pelo menos conhecia algumas das estruturas, tentei algumas iscas e consegui pegar um peixe (e perder outros).

Se soubesse o que me esperava ia ser tudo diferente.
Ah! Se eu pudesse voltar lá amanhã no fim da tarde...

Mas agora não fico com o carro durante a semana, então as pescarias de fim de tarde vão cair drasticamente.

E até sábado tudo vai estar diferente.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

UFA!

Ansiedade é f... :
2 robalos perdidos por conta de fisgadas erradas;
1 seaducer matadeira perdida num back-cast afobado;
1 crazy charlie bonitona (e virgem) perdida na galhada do pesqueiro;
1 líder cônico perdido tentando desenroscar a crazy.

Mesmo pegando só um já valeu cada centavo (álcool do carro e água pra nós) e cada gota de suor.
Colocou o mini-deceiver (anzol #6) lá na goela.
Lingüiceiros olhavam e riam, falaram com um falso desdém (inveja é uma merda): "umpf! robalo" (não pegaram nem lambari)



O sol judiou forte, 1 garrafa de água não bastou.
Tivemos que parar no boteco.
Temporal no fim de tarde acabou a pescagem mais cedo (e comprometeu os próximos dias).

Esta semana vai ser (espero eu) de atado. Só robaleiras.

parceiro

Eita coisa difícil de achar um que preste.

Parceiro realmente bom é coisa rara.

Eu querendo ir pescar agora à tarde começo as ligações: um vai trabalhar, outro está podre porque foi nos dourados do mar ontem, outro está participando da gravação de programa de pesca, outro não tem alvará, outro já foi de manhã...

Tempo bom quando o parceiro ligava e só dizia: meia hora.

Era o tempo que eu tinha pra me arrumar até ele passar aqui. Mas agora ele está em terras além mar.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Alternativo "puro" sangue.

Quando escrevi sobre o material de fantasia, não estava querendo abolir o uso de materiais alternativos.

Já pensaram quanto material que um dia foi alternativo e hoje (após algumas melhorias) é considerado material específico de atado?

Capa de isolação de fios elétricos virou larva-lace, algum fiapo sintético foi melhorado e virou streamer hair e EP fibers, outro cabo (provavelmente blindagem de cabos de telecomunicações) virou e-z body, EVA virou fly foam, e por aí vai.

Acredito que cada vez teremos mais materiais sintéticos sendo usados.

E ainda tem uns pseudo-puristas que batem no peito e dizem: "não uso material alternativo".
Será mesmo?

Então, vá testando, e quando descobrir algum material que compense, não esqueça de avisar. (depois tem 2 dicas de materiais alternativos).

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

uma vara

Quem quer começar em geral não quer gastar muito, pelo menos não até ter certeza de que é isso que realmente quer fazer.

Muitos já discutiram qual é a vara ideal pra começar, ou para aqueles que podem comprar uma vara agora e outra só Deus sabe quando.

A resposta é a padrão para todas as perguntas do mundo: DEPENDE.

O que você geralmente pesca, onde, vai de carro, de avião, de bicicleta e o mais triste: quanto está disposto a pagar.

Uma comparação rápida com o bait-casting, eu acredito que uma libragem boa pra começar seria 17 ou 14 libras (novamente, depende) pois atende uma grande gama de peixes possíveis.

Já no fly não dá pra dizer que uma vara #7 seja uma coringa, pois saicangas, tilápias, robalinhos num caniço desse não vão ter graça, melhor uma #5 ou #4.

AH! Mas se entrar um peixe grande eu não tiro com uma vara #5.

Então responda rápido, há quanto tempo você não pesca um peixe realmente grande?

Pois é... eu prefiro me divertir bastante com 20 robalos médios (vara #5 ou #6) e correr o risco de perder um maiorzinho, do que fazer false-casts com os 20 robalos médios e, se um dia quem sabe aparecer, um robalão no meio do mangue e ainda assim ter que contar com a sorte pra tirar ele na vara #9.

Uma comparação bem tosca (e machista): não vai catar ninguém esperando a boazuda que um dia quem sabe talvez lhe de bola, ou vai treinando com as não-feias pra se um dia acontecer o inesperado saber o que fazer?

Por outro lado, se você geralmente pesca tucunarés (ou mora no paraíso onde só existem mulheres lindas), a história muda, e fica pra outra hora pra não deixar isso muito longo.


* veja atualizações do blog sobre este assunto.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Importar, o que compensa?

Não disse que não compensa importar nada, disse que existem riscos e que você tem que estar ciente destes riscos pra não quebrar a cara.

Tem coisas que compensam e tem coisas que a única alternativa é importar.

Se você quer alguma coisa que não existe por aqui, não tem jeito, ou importa sabendo dos riscos de parar na amostragem da receita federal e pagar os impostos ou fica sem.
Quer material de atado (penas e pêlos) que não existem aqui? Ou importa correndo o risco de perder tudo ou fica sem.

No mais pra valer a pena o produto tem que ser muito mais barato do que aqui, algo em torno de 50% mais barato.

EXEMPLOS:

Anzol mustad 9671, o clássico anzol para ninfas, na Cabelas.com custa US$9,99 por 100 anzóis, considere 20% de frete e vai chegar pra você por cerca de 21.57 reais, isso se passar pela alfândega sem taxação, caso contrário tem no mínimo + 60% de imposto de importação = R$34,52. Cada anzol vai custar R$0,345.
Na Fly Sul, o pacote com 10 anzóis destes sai por R$3,60, ou seja R$0,36 por anzol. Diferença mínima e dependendo da compra sempre dá pra tentar dar uma choradinha pro Beto Vaucher (dono, gerente, vendedor, recepcionista e telefonista da Fly Sul).
Neste caso você decide se prefere correr o risco de pagar o imposto e ter que esperar pra receber a mercadoria, ou compra por aqui e recebe rápido sem erro.

Carretilha Lamson Waterworks Konic:

Na Cabelas US$ 129,00, na Fly Shop Brasil R$335,00.
Se não parar na alfândega compensa, sai por mais ou menos R$278,64. Ou seja 57 reais mais barato. Porém se pegarem, vai aumentar pra no mínimo R$445,82, ficando 110 reais mais caro.
Mesma coisa da anterior, aceita correr o risco?

Vara Scott X2S: na TheFlyShop.com custa U$$650,00 dólares = R$1.170,00 (sem frete nem impostos), Na Fly Shop Brasil sai por R$1.380,00.
Não tem nem o que pensar né.

Outra vara, a TFO Professional Series: Na Fly Sul, sai por R$400,00. Já nos USA custa 150 dólares, novamente, parou na receita, pagou mais caro do que comprar aqui. Não parou, saiu no lucro.

E por aí vai, não vou ficar fazendo comparação de preços aqui.

Tem coisa que compensa, que é muito mais barato? Tem, tem sim.
M
as esteja preparado para perder algum bom tempo pesquisando preços e fazendo contas.

Eu em geral prefiro comprar aqui (mas já importei alguma coisa, aliás neste exato momento tem um colete, uma capa de chuva e algum material de bait-casting vindo pra mim) motivos:
- Menos risco (sou azarado, e acredito nas leis de Murphy: se algo pode dar errado, vai dar errado);
- Menos tempo de espera;
- Atendimento menos impessoal e com pessoas que conhecem a nossa realidade de pesca (e financeira);
- Possibilidade de dar uma chorada e ganhar um desconto;
- Estímulo às lojas brasileiras terem cada vez mais material, de melhor qualidade, em maior variedade e com melhor preço (mas não queiram me roubar só por causa deste argumento).
E por último:
- Já perdi tanto tempo fazendo pesquisas e contas, que sei que são raros os materiais que compensam.

Então... boas compras.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Compra de risco

Importar direto pela internet é uma compra de risco.
Algo como aplicar na bolsa de valores, se der certo você sai no lucro, se não der... lascou-se. A diferença é que na maioria das vezes dá errado.

Vamos aos fatos:

A - pêlos, penas e peles, enfim qualquer material de origem animal ou vegetal in natura é proibido de ser importado. O motivo é simples, impedir a possível entrada de espécies exóticas e principalmente de pragas que podem vir junto com esses materiais.
Se na alfândega abrirem o seu pacote e encontrarem qualquer material destas categorias FICA TUDO. Não importa se são 5.000 anzóis, 3 morsas, 20 carretilhas, 8 varas, 16 rolos de fio de atado e apenas um punhado de penas. FICA TUDO.


B - o frete encarece muito e pode demorar bastante pra receber o seu pacote. Geralmente temos duas opções: 20% do valor da compra, que pode demorar de 1 a 4 meses pra entregarem, mas com o valor mínimo de 15 dólares, não interessa se a compra foi só de 10 doletas. Ou absurdos 40% do valor da compra, que é bem mais rápido, no máximo um mês, em geral 2 semanas, mas com o valor mínimo de 35 doletas.


C
- sobre o valor da mercadoria + o valor do frete incide 60% de imposto de importação. INDEPENDENTE DO VALOR DA COMPRA. Aquela história de isenção para até 50 dólares é lenda. Só funciona em caso de viagem, pois é considerado compra de turista, compra que lhe entreguem pelo correio só existe isenção para livros e (alguns tipos) de cd's e dvd's (e se estiver junto com outra mercadoria também vai ser taxado junto).

D - eventualmente (não pesquisei direito pra ver como funciona) ainda pode ser cobrado a taxa de desembaraço aduaneiro, que varia conforme o valor da mercadoria, geralmente, para compras pequenas, fica na casa dos 70 e poucos reais.

E - não, ainda não acabou. Sobre o valor da compra + o valor da nota + 60% de imposto de importação, pode ser cobrado o ICMS que é um imposto estadual, assim cada estado tem seu valor. É algo em torno dos 20%.

Então, antes de sentar na frente do computador com o cartão de crédito... AH! Lembrei de mais duas coisas:

F - a administradora do cartão não cobra aquele dolarzinho mixuruca que você vê a cotação na tv. É a cotação do dólar parelelo comercial.

G - E pra finalizar ainda vai ser cobrado o IOF por causa da movimentação de valores internacionais.

Bom agora acho que está tudo aí.

Então antes de fazer a compra veja se o produto não se enquadra no ítem A, se ok, faça o cálculo:

[((valor do produto + 20% de frete) + 60% imposto) + ICMS] x dólar paralelo + desembaraço + IOF

Se ainda assim for mais barato do que comprar por aqui, manda bala.

Às vezes pode dar sorte e passar pela alfândega sem abrirem o seu pacote, daí você não paga os impostos (só o IOF) e nem o desembaraço. Mas isso está ficando cada vez mais raro.

Por isso eu prefiro comprar aqui. O tempo de espera é menor, se o material não for exatamente o que queria posso tentar negociar um desconto na próxima compra (tenta fazer isso na Cabelas) e além do mais estamos estimulando que as lojas daqui tenham cada vez mais e melhores materiais.

No próximo post vou colocar uns exemplos reais.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Excelentes bead-head inúteis

Comprei em uma loja do tipo tem-de-tudo, na seção de artigos para bijuteria, essas interessantes miçangas.

Parece com olhos, o legal que tem isso dos dois lados, o mais legal é que foi R$1,20 o pacote com 15.


Agora vamos à realidade: não servem pra atado. São grandes para passar pela curvatura do anzol, para passar pelo olho o furo é pequeno (pra alargar daria muito trabalho) e a maioria destas miçangas não se comporta bem com colas instantâneas (derretem ou ficam foscas).

Baratíssimo, mas se considerar o tempo que perdi na loja e que são inúteis, foi o R$1,20 mais caro da história.

O prejuízo só não vai ser maior porque vou deixar pra usar no bait-casting, com minhocas de plásticas (não, aquilo não é silicone) entre o chumbo e o anzol, mas para isso seria melhor se fossem de vidro.

Devia ter comprado uma cerveja, era um investimento melhor.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Comprar, comprar e comprar

Não adianta, embora saibamos que o consumismo não é algo saudável queremos sempre comprar, comprar e comprar.

Basta ver este mísero blog. Quando comecei falando que venderia umas moscas baratas os acessos foram lá em cima, daí fiquei corrido com o trabalho, as moscas que fiz pra vender alguns amigos compraram antes de eu anunciar, enfim não anunciei nada. E o número de acessos caiu assustadoramente.

Ainda não é agora que vou vender moscas aqui (mas em breve), mas vou ajudar vocês a gastarem o seu dinheiro.

Onde comprar material para fly fishing?

Hoje em dia até temos algumas opções se compararmos com o que tínhamos a uns 5 anos. Nas grandes cidades já é possível encontrar equipamentos de pesca com mosca em várias lojas de pesca, ainda são raros os equipamentos de qualidade e os preços nem sempre são convidativos, mas já é uma opção.

Mas se você não mora em uma grande cidade, então não tem jeito: vai comprar pela internet.

A diferença é que agora temos como comprar equipamentos e material de atado pela internet no Brasil, sem ter que importar.

As paradas obrigatórias são os sites Fly Sul e da Fly Shop Brasil, além da Alde Fly que está temporariamente fechada pois por um acaso do destino acabou de se mudar para a mesma cidade das anteriores: Curitiba.
Pra quem não conhece não são exatamente lojas, mas todas têm uma boa variedade de material
e um ótimo atendimento.

Ainda existem outras opções de lojas de pesca que vendem material de fly e as internacionais com uma variedade imensa de material, mas que nem sempre compensa (isso fica pro outro tópico).

Você conhece alguma boa opção de comprar material para a pesca com mosca?
Equipamentos de pesca ou de atado?
Então coloca nos comentários.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Material de fantasia

O atado com material alternativo é quase sempre fantasia. Nos dois sentidos: material de fantasia de carnaval pode render alguma coisa, mas na maior parte material alternativo é fantasia, sonho, utopia.

Isso começou com o "jeitinho" brasileiro. A vontade de atar era maior que os materiais disponíveis, que simplesmente não existiam. Mas atualmente temos algumas (poucas ainda) opções de compra de materiais específicos para atado a preços não tão exorbitantes.

Existem sim materiais que podem ser usados, principalmente se você tem algum conhecido que já sabe o que e onde comprar. Caso contrário vai acabar tendo a péssima experiência que eu tive: gastei muito combustível, muita sola de sapato, muita saliva, e (o que menos tenho) muita paciência com vendedores. Fui a todas as lojas de armarinho da cidade onde moro.

Encontrei alguma coisa: fio de silicone (que substitui larva lace), alguma coisa de brilho (mas de qualidade horrível), uns olhos feios e umas miçangas (pra usar como bead-head, mas são todas muito leves). Além do estanho para solda de componentes eletrônicos (encontrado em lojas de ferragens que pode ser usado como fio de lastro).

Agora, perto do carnaval, algumas lojas de algumas cidades é possível encontrar alguma coisa de penas, principalmente faisão e pavão.
Ah! Também encontrei marabou de qualidade horrível.

Não sou radical a ponto de dizer que não tem nada que preste, tem sim, mas sinceramente... acho que não compensa.

preço x qualidade: se colocar na ponta do lápis, vai ver que a diferença é mínima e às vezes até sai mais barato comprar material das poucas fly shops brasileiras.

tempo: não só de procurar o material, mas você pega um chumaço de marabou de 5ª categoria, quando vai usar perde metade do tempo de atado separando e escolhendo penas usáveis.

3. qualidade do atado: material melhor = atado melhor.

Ainda assim as pessoas continuaram bitoladas no alternativo, é algo que ficou preso à história do fly no Brasil.

Não sou radical de dizer que não funciona, pois funciona, e eu mesmo uso. Só que já sei que não vale a pena o investimento (em tempo, dinheiro e paciência). O barato, neste caso, sai muito caro.

Mas tem outro motivo de comprar material das fly shops brasileiras: desenvolvimento.
Quanto maior a procura, mais materiais serão importados, quanto mais materiais existirem à disposição melhor pra nós, quanto mais lojas abrirem maior a concorrência, maior a variedade e qualidade de materiais, e por aí vai...

próximo capítulo: onde comprar material de fly (pesca e atado).

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

A ignorância continua sendo uma dádiva.

Cada vez mais acredito que a ignorância é uma bênção (e não estou me referindo ao cidadão anônimo que não sabe o conceito de mito).

Estou há 21 dias sem pescar.

Se isso fosse há uns 3 anos atrás tudo bem, mas agora... depois de passar uns 2 anos e meio pescando em média 2 vezes por semana (variando de nenhuma a 6 por semana, ano passado a média, contabilizada ficou em 2,4 por semana).

E a previsão do tempo não é das melhores, muita chuva até 3ª feira que vem... rio sujo não tem pescaria (só de bagre no fígado de frango ou com métodos predatórios, leia-se rede).

Antes eu não sabia o que era pescar, pescava a cada mês e meio, às vezes mais, às vezes menos. Mas vamos falar sério, o cara que faz menos de 10 pescarias no ano não pesca. Ele até tenta, mas assim é impossível de conhecer os hábitos do peixe e de ter um mínimo de noção de onde e como pescar. Daí não pega informações básicas com um guia ou alguém da região e ainda reclama que não tem sorte.

Bom, o jeito é aproveitar o restinho das férias pra dar uma geral nas tralhas: limpar, lubrificar, organizar (o mais difícil é decidir como separar as iscas de bait) e deixar uma tralha pronta. Pois assim que que o tempo melhorar eu quero fisgar umas saicangas.

Aproveitando o tema, tem uma enquete aí do lado: qual a sua freqüência de pesca?

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Tirando o pó

De volta pra casa, ainda com um restinho de férias, agora é tirar o pó de tudo (inclusive do blog) e recomeçar (isso se der ânimo).

Pra começar, em definitivo, 2008 um comentário bem ácido:

Se você não dá dica nenhuma reclamam que "segura" a informação, se da as dicas reclamam que são muitas regras, muitas frescuras, coisa e tal.

A minha vontade é apagar o blog e cancelar todos os cadastros em fóruns e nunca mais passar dica nenhuma.

E cada um que se dane pra aprender a diferenciar mitos de dicas.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Quantos??

Antes de seguir viagem, respondendo à algumas indagações.

Esses tempos convidei um amigo pra vir pescar saicangas comigo num pesqueiro "secreto", 3 dias antes ele liga e diz:

"Ótimo, já está tudo certo vamos eu, fulano, ciclano, beltrano e o zezinho"

PERAE!

1º. Convidei você.

2º Que parte da pescaria de saicangas você não entendeu?

Saicanga é um peixe arisco, que fica encardumado e localizado em pontos bem específicos dos rios. É pescaria pra se fazer em duas pessoas, no máximo 3, e ainda assim já começa a ficar ruim.

4 ou mais, é inviável, os peixes não vão atacar, ou se atacarem é um ou dois peixes por pesqueiro e acabou. Quem pegou, pegou, quem não pegou não pega mais.

Se é pra ir passear, brincar de pescar, relaxar, ótimo, mas então não marque de vir (ou ir) atrás de saicangas. Vá brincar com os lambaris com formigas #18 que é bem mais divertido.