quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Compra de risco

Importar direto pela internet é uma compra de risco.
Algo como aplicar na bolsa de valores, se der certo você sai no lucro, se não der... lascou-se. A diferença é que na maioria das vezes dá errado.

Vamos aos fatos:

A - pêlos, penas e peles, enfim qualquer material de origem animal ou vegetal in natura é proibido de ser importado. O motivo é simples, impedir a possível entrada de espécies exóticas e principalmente de pragas que podem vir junto com esses materiais.
Se na alfândega abrirem o seu pacote e encontrarem qualquer material destas categorias FICA TUDO. Não importa se são 5.000 anzóis, 3 morsas, 20 carretilhas, 8 varas, 16 rolos de fio de atado e apenas um punhado de penas. FICA TUDO.


B - o frete encarece muito e pode demorar bastante pra receber o seu pacote. Geralmente temos duas opções: 20% do valor da compra, que pode demorar de 1 a 4 meses pra entregarem, mas com o valor mínimo de 15 dólares, não interessa se a compra foi só de 10 doletas. Ou absurdos 40% do valor da compra, que é bem mais rápido, no máximo um mês, em geral 2 semanas, mas com o valor mínimo de 35 doletas.


C
- sobre o valor da mercadoria + o valor do frete incide 60% de imposto de importação. INDEPENDENTE DO VALOR DA COMPRA. Aquela história de isenção para até 50 dólares é lenda. Só funciona em caso de viagem, pois é considerado compra de turista, compra que lhe entreguem pelo correio só existe isenção para livros e (alguns tipos) de cd's e dvd's (e se estiver junto com outra mercadoria também vai ser taxado junto).

D - eventualmente (não pesquisei direito pra ver como funciona) ainda pode ser cobrado a taxa de desembaraço aduaneiro, que varia conforme o valor da mercadoria, geralmente, para compras pequenas, fica na casa dos 70 e poucos reais.

E - não, ainda não acabou. Sobre o valor da compra + o valor da nota + 60% de imposto de importação, pode ser cobrado o ICMS que é um imposto estadual, assim cada estado tem seu valor. É algo em torno dos 20%.

Então, antes de sentar na frente do computador com o cartão de crédito... AH! Lembrei de mais duas coisas:

F - a administradora do cartão não cobra aquele dolarzinho mixuruca que você vê a cotação na tv. É a cotação do dólar parelelo comercial.

G - E pra finalizar ainda vai ser cobrado o IOF por causa da movimentação de valores internacionais.

Bom agora acho que está tudo aí.

Então antes de fazer a compra veja se o produto não se enquadra no ítem A, se ok, faça o cálculo:

[((valor do produto + 20% de frete) + 60% imposto) + ICMS] x dólar paralelo + desembaraço + IOF

Se ainda assim for mais barato do que comprar por aqui, manda bala.

Às vezes pode dar sorte e passar pela alfândega sem abrirem o seu pacote, daí você não paga os impostos (só o IOF) e nem o desembaraço. Mas isso está ficando cada vez mais raro.

Por isso eu prefiro comprar aqui. O tempo de espera é menor, se o material não for exatamente o que queria posso tentar negociar um desconto na próxima compra (tenta fazer isso na Cabelas) e além do mais estamos estimulando que as lojas daqui tenham cada vez mais e melhores materiais.

No próximo post vou colocar uns exemplos reais.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Excelentes bead-head inúteis

Comprei em uma loja do tipo tem-de-tudo, na seção de artigos para bijuteria, essas interessantes miçangas.

Parece com olhos, o legal que tem isso dos dois lados, o mais legal é que foi R$1,20 o pacote com 15.


Agora vamos à realidade: não servem pra atado. São grandes para passar pela curvatura do anzol, para passar pelo olho o furo é pequeno (pra alargar daria muito trabalho) e a maioria destas miçangas não se comporta bem com colas instantâneas (derretem ou ficam foscas).

Baratíssimo, mas se considerar o tempo que perdi na loja e que são inúteis, foi o R$1,20 mais caro da história.

O prejuízo só não vai ser maior porque vou deixar pra usar no bait-casting, com minhocas de plásticas (não, aquilo não é silicone) entre o chumbo e o anzol, mas para isso seria melhor se fossem de vidro.

Devia ter comprado uma cerveja, era um investimento melhor.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Comprar, comprar e comprar

Não adianta, embora saibamos que o consumismo não é algo saudável queremos sempre comprar, comprar e comprar.

Basta ver este mísero blog. Quando comecei falando que venderia umas moscas baratas os acessos foram lá em cima, daí fiquei corrido com o trabalho, as moscas que fiz pra vender alguns amigos compraram antes de eu anunciar, enfim não anunciei nada. E o número de acessos caiu assustadoramente.

Ainda não é agora que vou vender moscas aqui (mas em breve), mas vou ajudar vocês a gastarem o seu dinheiro.

Onde comprar material para fly fishing?

Hoje em dia até temos algumas opções se compararmos com o que tínhamos a uns 5 anos. Nas grandes cidades já é possível encontrar equipamentos de pesca com mosca em várias lojas de pesca, ainda são raros os equipamentos de qualidade e os preços nem sempre são convidativos, mas já é uma opção.

Mas se você não mora em uma grande cidade, então não tem jeito: vai comprar pela internet.

A diferença é que agora temos como comprar equipamentos e material de atado pela internet no Brasil, sem ter que importar.

As paradas obrigatórias são os sites Fly Sul e da Fly Shop Brasil, além da Alde Fly que está temporariamente fechada pois por um acaso do destino acabou de se mudar para a mesma cidade das anteriores: Curitiba.
Pra quem não conhece não são exatamente lojas, mas todas têm uma boa variedade de material
e um ótimo atendimento.

Ainda existem outras opções de lojas de pesca que vendem material de fly e as internacionais com uma variedade imensa de material, mas que nem sempre compensa (isso fica pro outro tópico).

Você conhece alguma boa opção de comprar material para a pesca com mosca?
Equipamentos de pesca ou de atado?
Então coloca nos comentários.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Material de fantasia

O atado com material alternativo é quase sempre fantasia. Nos dois sentidos: material de fantasia de carnaval pode render alguma coisa, mas na maior parte material alternativo é fantasia, sonho, utopia.

Isso começou com o "jeitinho" brasileiro. A vontade de atar era maior que os materiais disponíveis, que simplesmente não existiam. Mas atualmente temos algumas (poucas ainda) opções de compra de materiais específicos para atado a preços não tão exorbitantes.

Existem sim materiais que podem ser usados, principalmente se você tem algum conhecido que já sabe o que e onde comprar. Caso contrário vai acabar tendo a péssima experiência que eu tive: gastei muito combustível, muita sola de sapato, muita saliva, e (o que menos tenho) muita paciência com vendedores. Fui a todas as lojas de armarinho da cidade onde moro.

Encontrei alguma coisa: fio de silicone (que substitui larva lace), alguma coisa de brilho (mas de qualidade horrível), uns olhos feios e umas miçangas (pra usar como bead-head, mas são todas muito leves). Além do estanho para solda de componentes eletrônicos (encontrado em lojas de ferragens que pode ser usado como fio de lastro).

Agora, perto do carnaval, algumas lojas de algumas cidades é possível encontrar alguma coisa de penas, principalmente faisão e pavão.
Ah! Também encontrei marabou de qualidade horrível.

Não sou radical a ponto de dizer que não tem nada que preste, tem sim, mas sinceramente... acho que não compensa.

preço x qualidade: se colocar na ponta do lápis, vai ver que a diferença é mínima e às vezes até sai mais barato comprar material das poucas fly shops brasileiras.

tempo: não só de procurar o material, mas você pega um chumaço de marabou de 5ª categoria, quando vai usar perde metade do tempo de atado separando e escolhendo penas usáveis.

3. qualidade do atado: material melhor = atado melhor.

Ainda assim as pessoas continuaram bitoladas no alternativo, é algo que ficou preso à história do fly no Brasil.

Não sou radical de dizer que não funciona, pois funciona, e eu mesmo uso. Só que já sei que não vale a pena o investimento (em tempo, dinheiro e paciência). O barato, neste caso, sai muito caro.

Mas tem outro motivo de comprar material das fly shops brasileiras: desenvolvimento.
Quanto maior a procura, mais materiais serão importados, quanto mais materiais existirem à disposição melhor pra nós, quanto mais lojas abrirem maior a concorrência, maior a variedade e qualidade de materiais, e por aí vai...

próximo capítulo: onde comprar material de fly (pesca e atado).

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

A ignorância continua sendo uma dádiva.

Cada vez mais acredito que a ignorância é uma bênção (e não estou me referindo ao cidadão anônimo que não sabe o conceito de mito).

Estou há 21 dias sem pescar.

Se isso fosse há uns 3 anos atrás tudo bem, mas agora... depois de passar uns 2 anos e meio pescando em média 2 vezes por semana (variando de nenhuma a 6 por semana, ano passado a média, contabilizada ficou em 2,4 por semana).

E a previsão do tempo não é das melhores, muita chuva até 3ª feira que vem... rio sujo não tem pescaria (só de bagre no fígado de frango ou com métodos predatórios, leia-se rede).

Antes eu não sabia o que era pescar, pescava a cada mês e meio, às vezes mais, às vezes menos. Mas vamos falar sério, o cara que faz menos de 10 pescarias no ano não pesca. Ele até tenta, mas assim é impossível de conhecer os hábitos do peixe e de ter um mínimo de noção de onde e como pescar. Daí não pega informações básicas com um guia ou alguém da região e ainda reclama que não tem sorte.

Bom, o jeito é aproveitar o restinho das férias pra dar uma geral nas tralhas: limpar, lubrificar, organizar (o mais difícil é decidir como separar as iscas de bait) e deixar uma tralha pronta. Pois assim que que o tempo melhorar eu quero fisgar umas saicangas.

Aproveitando o tema, tem uma enquete aí do lado: qual a sua freqüência de pesca?

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Tirando o pó

De volta pra casa, ainda com um restinho de férias, agora é tirar o pó de tudo (inclusive do blog) e recomeçar (isso se der ânimo).

Pra começar, em definitivo, 2008 um comentário bem ácido:

Se você não dá dica nenhuma reclamam que "segura" a informação, se da as dicas reclamam que são muitas regras, muitas frescuras, coisa e tal.

A minha vontade é apagar o blog e cancelar todos os cadastros em fóruns e nunca mais passar dica nenhuma.

E cada um que se dane pra aprender a diferenciar mitos de dicas.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Quantos??

Antes de seguir viagem, respondendo à algumas indagações.

Esses tempos convidei um amigo pra vir pescar saicangas comigo num pesqueiro "secreto", 3 dias antes ele liga e diz:

"Ótimo, já está tudo certo vamos eu, fulano, ciclano, beltrano e o zezinho"

PERAE!

1º. Convidei você.

2º Que parte da pescaria de saicangas você não entendeu?

Saicanga é um peixe arisco, que fica encardumado e localizado em pontos bem específicos dos rios. É pescaria pra se fazer em duas pessoas, no máximo 3, e ainda assim já começa a ficar ruim.

4 ou mais, é inviável, os peixes não vão atacar, ou se atacarem é um ou dois peixes por pesqueiro e acabou. Quem pegou, pegou, quem não pegou não pega mais.

Se é pra ir passear, brincar de pescar, relaxar, ótimo, mas então não marque de vir (ou ir) atrás de saicangas. Vá brincar com os lambaris com formigas #18 que é bem mais divertido.