quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Sexo, Dinheiro, Poder

Um post longo pra (quase) ninguém ler.

Já dizem os pais da bastarda psicologia (quem tem vários pais e não tem mãe, é o quê, afinal?), os seres humanos sempre querem SEXO, DINHEIRO e PODER.

Não necessariamente nesta ordem, não necessariamente ao pé da letra.

O cara quer dinheiro pra ter a carretilha sage, a vara scott, a linha plif-plof, wader de neoprene (pra usar nesse nosso país tropical), wading shoes de gore-tex (se for columbia melhor)... isso pra quê?
Pra pescar 1 vez a cada mês e meio.

O cara quer poder, quer ser o bam-bam-bam, voltar da pescaria e dizer: hoje peguei 76 e meio (meio foi um pequininho, só pra mostrar que ele só contou os "grandes"). Quer ser o sabe-tudo, o bom da boca, o guru (esse é um dos motivos que me afastei dos fóruns).

Sexo, não se aplica muito aqui mas se postasse uma foto caprichada os acessos iriam lá em cima... bem, nem preciso comentar né, já dizia Arnaldo Antunes: "todo mundo quer amor", que aliás também disse que "dinheiro é um pedaço de papel".

Se um blog não fala (mostra) de sexo, não vende nada (contrabandeado de preferência), ou não dá dicas de como ser o rei-da-cocada-preta , não vai ter muitos acessos.

Mas afinal acessos importam? Por quê as pessoas fazem blogs? (isso dá tema para uma tese de doutorado, ou tema para o outro blog, se é que vai existir)

Enquanto digito este texto medíocre o botão "excluir blog" pisca pra mim tentadoramente.

Esse blog começou com uma idéia, que já mudou pra outra, e pra outra e pra outra, e está quase sendo queimado.

Acho que vou usar meu dom (ou maldição) de ser crica e fazer um outro blog, só achando defeitos nas coisas (será que alguém me contrataria como gerente de controle de qualidade?).

No momento esta maldição diz que já tem muita gente escrevendo muita merda sobre pesca e que esquecem do principal: NÃO EXISTE CERTO OU ERRADO, mas existem várias maneiras de se fazer a mesma coisa.
E que se continuar escrevendo sobre pesca, logo vai aparecer alguém dizendo que estou errado e outro dizendo que estou certo e vai acabar em discussão (outro motivo de abandono dos fóruns).

Enfim, acho que sábado vou ao meio-dia para o rio, com meu caniço molenga que não carrega linha (dizem), com minha carretilha que é pesada demais (depende do braço), com minha linha velha e ressecada (isso é verdade), um líder feito sem receita nenhuma, uma mosca atada com pêlo de gato e penas de pardal, e vou pegar umas 5 saicangas.

Só pra contrariar todas as regras. E por que eu posso (síndrome de poder), sei onde elas estão, sei como vão pegar, mas que vai ser difícil de arremessar no meio daquela vegetação isso vai.

Mas... se pelar o gato vou ter problemas em casa, caçar passarinhos não é comigo, e sábado vou estar sem carro pra ir pescar.

Então, continuaremos o faz-de-conta até quando?

Excesso de trabalho + pouca pescaria = crise existencial.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sucata

Conforme eu tinha prometido aí vão dicas de 2 materiais alternativos que funcionam muito bem.

1. LASTRO = fio de estanho pra solda elétrica: facilmente encontrado em lojas de ferragens e materiais de eletrônica. As bitolas mais usáveis são as 1 mm e 0.5 mm. Tem rolos de tudo que é tamanho, de alguns cm até 1 kg (que dá vários metros).

Pra usar tem uma dica: achate ele com a parte lisa de um alicate, assim ele assenta melhor no anzol.

2. Fio para segmentação = fio de cobre de transformador velho. Existe em várias bitolas, alguns tem um verniz isolante que deixa o fio com uma cor vermelha. Pode ser muito interessante.



AMBOS TEM UM PORÉM:

Fio de cobre: pode ser meio trabalhoso desmontar um transformador, sem contar a sujeirada. Prefira os menores. Rádio velho geralmente tem.

Estanho: se você for se deslocar só pra comprar o estanho considere o custo do deslocamento. Embora o preço possa ser um pouco mais caro, no final pode sair mais barato incluir ele na próxima compra de material de atado do que gastar combustível (e tempo) só pra ir atrás de um ítem que não passa dos R$2,50


as moscas prometidas ficam pra amanhã.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Como eu já disse antes.

Tem coisa que compensa importar.

Afinal onde vou encontrar um colete tão bacana quanto esse da Cabelas aqui no Brasil?

Mas que dói pagar 35,90 dólares de frete, isso dói.

Pra traumatizar menos só aproveitando e comprando também uma capa de chuva e uns yamamoto pra pescar black-bass na minhoca.


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A ignorância é uma merda

Quando você não conhece o bom, então o ruim é o bom pra você.

Por isso sempre digo que a ignorância é uma dádiva, mas também pode ser uma merda. Caso você já tenha conhecido o bom (ou o menos mal).

Se você não tem a mínima noção de como funciona a vida dos peixes, as estações do ano, os ciclos hidrológicos, as variações do tempo, etc. ,quando você pesca ou você tem sorte e pega vários ou tem azar e não pega nada.

Fiquei 2 meses sem ir até o rio que pesquei ontem. Em dezembro as saicangas estavam loucas, os alevinos de lambaris minúsculos, alguns robalinhos começavam a aparecer e insetos de todo tipo eclodiam.

Ontem cheguei no rio, água pouco acima do nível, pouco mais turva que o normal mas e daí?
E o resto?

Quanto o rio encheu com as últimas chuvas?
A água está mais quente ou mais fria do que na semana anterior?
Que insetos estão eclodindo ou desovando?
Que tamanho estão os lambarizinhos?
As saicangas já desovaram?
Os nhacundás já desovaram?
Os robalos ainda continuam subindo o rio? Os grandes já chegaram? Ou todos já fazem o caminho de volta?


Sabia que estava ignorante, não consegui ler o rio e pra piorar estava ansioso, muito ansioso.

Pelo menos conhecia algumas das estruturas, tentei algumas iscas e consegui pegar um peixe (e perder outros).

Se soubesse o que me esperava ia ser tudo diferente.
Ah! Se eu pudesse voltar lá amanhã no fim da tarde...

Mas agora não fico com o carro durante a semana, então as pescarias de fim de tarde vão cair drasticamente.

E até sábado tudo vai estar diferente.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

UFA!

Ansiedade é f... :
2 robalos perdidos por conta de fisgadas erradas;
1 seaducer matadeira perdida num back-cast afobado;
1 crazy charlie bonitona (e virgem) perdida na galhada do pesqueiro;
1 líder cônico perdido tentando desenroscar a crazy.

Mesmo pegando só um já valeu cada centavo (álcool do carro e água pra nós) e cada gota de suor.
Colocou o mini-deceiver (anzol #6) lá na goela.
Lingüiceiros olhavam e riam, falaram com um falso desdém (inveja é uma merda): "umpf! robalo" (não pegaram nem lambari)



O sol judiou forte, 1 garrafa de água não bastou.
Tivemos que parar no boteco.
Temporal no fim de tarde acabou a pescagem mais cedo (e comprometeu os próximos dias).

Esta semana vai ser (espero eu) de atado. Só robaleiras.

parceiro

Eita coisa difícil de achar um que preste.

Parceiro realmente bom é coisa rara.

Eu querendo ir pescar agora à tarde começo as ligações: um vai trabalhar, outro está podre porque foi nos dourados do mar ontem, outro está participando da gravação de programa de pesca, outro não tem alvará, outro já foi de manhã...

Tempo bom quando o parceiro ligava e só dizia: meia hora.

Era o tempo que eu tinha pra me arrumar até ele passar aqui. Mas agora ele está em terras além mar.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Alternativo "puro" sangue.

Quando escrevi sobre o material de fantasia, não estava querendo abolir o uso de materiais alternativos.

Já pensaram quanto material que um dia foi alternativo e hoje (após algumas melhorias) é considerado material específico de atado?

Capa de isolação de fios elétricos virou larva-lace, algum fiapo sintético foi melhorado e virou streamer hair e EP fibers, outro cabo (provavelmente blindagem de cabos de telecomunicações) virou e-z body, EVA virou fly foam, e por aí vai.

Acredito que cada vez teremos mais materiais sintéticos sendo usados.

E ainda tem uns pseudo-puristas que batem no peito e dizem: "não uso material alternativo".
Será mesmo?

Então, vá testando, e quando descobrir algum material que compense, não esqueça de avisar. (depois tem 2 dicas de materiais alternativos).

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

uma vara

Quem quer começar em geral não quer gastar muito, pelo menos não até ter certeza de que é isso que realmente quer fazer.

Muitos já discutiram qual é a vara ideal pra começar, ou para aqueles que podem comprar uma vara agora e outra só Deus sabe quando.

A resposta é a padrão para todas as perguntas do mundo: DEPENDE.

O que você geralmente pesca, onde, vai de carro, de avião, de bicicleta e o mais triste: quanto está disposto a pagar.

Uma comparação rápida com o bait-casting, eu acredito que uma libragem boa pra começar seria 17 ou 14 libras (novamente, depende) pois atende uma grande gama de peixes possíveis.

Já no fly não dá pra dizer que uma vara #7 seja uma coringa, pois saicangas, tilápias, robalinhos num caniço desse não vão ter graça, melhor uma #5 ou #4.

AH! Mas se entrar um peixe grande eu não tiro com uma vara #5.

Então responda rápido, há quanto tempo você não pesca um peixe realmente grande?

Pois é... eu prefiro me divertir bastante com 20 robalos médios (vara #5 ou #6) e correr o risco de perder um maiorzinho, do que fazer false-casts com os 20 robalos médios e, se um dia quem sabe aparecer, um robalão no meio do mangue e ainda assim ter que contar com a sorte pra tirar ele na vara #9.

Uma comparação bem tosca (e machista): não vai catar ninguém esperando a boazuda que um dia quem sabe talvez lhe de bola, ou vai treinando com as não-feias pra se um dia acontecer o inesperado saber o que fazer?

Por outro lado, se você geralmente pesca tucunarés (ou mora no paraíso onde só existem mulheres lindas), a história muda, e fica pra outra hora pra não deixar isso muito longo.


* veja atualizações do blog sobre este assunto.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Importar, o que compensa?

Não disse que não compensa importar nada, disse que existem riscos e que você tem que estar ciente destes riscos pra não quebrar a cara.

Tem coisas que compensam e tem coisas que a única alternativa é importar.

Se você quer alguma coisa que não existe por aqui, não tem jeito, ou importa sabendo dos riscos de parar na amostragem da receita federal e pagar os impostos ou fica sem.
Quer material de atado (penas e pêlos) que não existem aqui? Ou importa correndo o risco de perder tudo ou fica sem.

No mais pra valer a pena o produto tem que ser muito mais barato do que aqui, algo em torno de 50% mais barato.

EXEMPLOS:

Anzol mustad 9671, o clássico anzol para ninfas, na Cabelas.com custa US$9,99 por 100 anzóis, considere 20% de frete e vai chegar pra você por cerca de 21.57 reais, isso se passar pela alfândega sem taxação, caso contrário tem no mínimo + 60% de imposto de importação = R$34,52. Cada anzol vai custar R$0,345.
Na Fly Sul, o pacote com 10 anzóis destes sai por R$3,60, ou seja R$0,36 por anzol. Diferença mínima e dependendo da compra sempre dá pra tentar dar uma choradinha pro Beto Vaucher (dono, gerente, vendedor, recepcionista e telefonista da Fly Sul).
Neste caso você decide se prefere correr o risco de pagar o imposto e ter que esperar pra receber a mercadoria, ou compra por aqui e recebe rápido sem erro.

Carretilha Lamson Waterworks Konic:

Na Cabelas US$ 129,00, na Fly Shop Brasil R$335,00.
Se não parar na alfândega compensa, sai por mais ou menos R$278,64. Ou seja 57 reais mais barato. Porém se pegarem, vai aumentar pra no mínimo R$445,82, ficando 110 reais mais caro.
Mesma coisa da anterior, aceita correr o risco?

Vara Scott X2S: na TheFlyShop.com custa U$$650,00 dólares = R$1.170,00 (sem frete nem impostos), Na Fly Shop Brasil sai por R$1.380,00.
Não tem nem o que pensar né.

Outra vara, a TFO Professional Series: Na Fly Sul, sai por R$400,00. Já nos USA custa 150 dólares, novamente, parou na receita, pagou mais caro do que comprar aqui. Não parou, saiu no lucro.

E por aí vai, não vou ficar fazendo comparação de preços aqui.

Tem coisa que compensa, que é muito mais barato? Tem, tem sim.
M
as esteja preparado para perder algum bom tempo pesquisando preços e fazendo contas.

Eu em geral prefiro comprar aqui (mas já importei alguma coisa, aliás neste exato momento tem um colete, uma capa de chuva e algum material de bait-casting vindo pra mim) motivos:
- Menos risco (sou azarado, e acredito nas leis de Murphy: se algo pode dar errado, vai dar errado);
- Menos tempo de espera;
- Atendimento menos impessoal e com pessoas que conhecem a nossa realidade de pesca (e financeira);
- Possibilidade de dar uma chorada e ganhar um desconto;
- Estímulo às lojas brasileiras terem cada vez mais material, de melhor qualidade, em maior variedade e com melhor preço (mas não queiram me roubar só por causa deste argumento).
E por último:
- Já perdi tanto tempo fazendo pesquisas e contas, que sei que são raros os materiais que compensam.

Então... boas compras.