- Deve ter volume, sem ser volumoso;
- Deve afundar, sem ser pesado;
- Deve nadar reto, mas nem sempre.
4. É preciso ver para ser visto.
E pra finalizar tem um último mandamento, já muito conhecido:
5. Brilhou: morreu.
Vou ilustrar isso com uma foto surrupiada do amigo Keko. Se mostrasse as minhas seria uma aula de como não fazer.
Vamos à prática:
Ter volume, sem ser volumosa.
A isca precisa ter volume visual, para ser facilmente identificada pelo peixe, mas se for muito volumosa vai ser ruim de arremessar e não vai nadar direito. Traduzindo: menos material, melhor posicionado.Afundar, sem ser pesado
Streamers imitam peixinhos nadando (iscas de superfície são outra história), então a isca precisa afundar para ficar no lugar certo: a janela de ataque do peixe.Mas se adicionar peso vai ficar ruim de arremessar e também não vai nadar direito. Salvo algumas exceções, onde o peso propositalmente vai mudar o centro de gravidade da isca e fazer ela "nadar" de determinada maneira. Por exemplo as clouser minnows, mesmo nesses casos o peso deve ser apenas o necessário.
Tanto para o material, quanto para o lastro lembre da musica do filme de animação "Mogli, o menino lobo": eu uso o necessário, somente o necessário, o extraordinário é demais...(repete o tempo todo enquanto estiver atando).
O QUE!! VOCÊ NÃO CONHECE A MÚSICA?!?! Então veja aí:
Se a isca respeitar a primeira regra e não for volumosa ela vai afundar sem resistência na água. E para a maioria dos casos apenas o peso do anzol será suficiente. Um pouco de lógica de programação para deixar esse texto menos maçante:
SE volume = SIM
E
volumosa = NÃO
ENTÃO: lastro É desnecessário
Nadar reto, mas nem sempre.
Você já viu um lambari ou uma manjuba nadando? Se não viu, pare tudo o que está fazendo e vá até algum rio ou baía observar os peixes (em aquário não conta, o ambiente muda, o nado muda).Eles nadam quase retos, com pequenas variações. Então o streamer não deve girar sobre si mesmo ou ir só para um lado, se isso acontecer é porque ele não está simétrico. Talvez até pareça um peixe morto, mas predadores raramente comem peixes mortos. Eles gostam de comida viva. E comida viva, nada reto mas... nem sempre. Precisa oscilar um pouco, de maneira irregular e isso se consegue "trabalhando" a isca, com puxões na linha (não trabalhe a isca com a vara, se o peixe atacar as chances de não fisgar são enormes e ainda corre risco de danificar o equipamento).
Resumindo: o streamer precisa ser simétrico, com o material bem distribuído, na quantidade apenas suficiente.
Veja esse deceiver atado pelo Keko. Perfeito! Caso alguém ainda não saiba, é possível comprar iscas do Keko pelo site http://www.flyfishingbrasil.com.br
Ainda faltam dois detalhes:
Ver pra ser visto.
Existem muitas teorias de que os olhos funcionam como um alvo para os predadores. É bem provável que seja isso mesmo. Afinal porque tantos peixes teriam ocelos na cauda, em geral maiores que os próprios olhos?Teorias à parte, o fato comprovado empiricamente é que iscas com olhos em geral são mais eficientes. Principalmente para peixes manhosos, quando as iscas são trabalhadas muito lentamente. Eu acredito que nessas situações o olho é o que diferencia um peixe de uma folha sendo carregada pela correnteza. Porém em iscas que são trabalhadas vigorosamente ou tem nado bem errático, eles podem ser dispensáveis.
Brilhou, morreu.
O mesmo princípio dos olhos.Peixes tem escamas, escamas refletem a luz, luz refletida brilha. Seguindo a lógica aristotélica: comida brilha. Se parece comida, compensa experimentar, se não parece, não vou perder tempo nem me expor a outros predadores.
Aqui vale uma ressalva. Situações de água muito limpa e/ou muito sol, o brilho pode atrapalhar.
A pupila dos peixes não contrai, então luz direta pode ofuscá-los, inibindo o ataque ou fazendo que errem o alvo.
A teoria é simples, só isso.
Agora vai atar que tem feriado chegando.