segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Retrospectiva

Como de praxe em tudo que é porcaria nesta época do ano, aqui vai uma rápida retrospectiva, assim eu (re)organizo as idéias e penso por onde ir em 2008, e quem chegou agora pode der uma fuçada geral.


Temas já tratados aqui, e por hora concluídos (nada é completo, nunca, tudo tem prazo de validade) :

- Motivos da impopularidade do Fly.
Partes: introdução, destrinchando a idéia, o importante é pescar (este encaixa em outro assunto também);

- Alguns mitos foram mencionados.

- Falamos sobre o que a maioria dos iniciantes (e alguns "velhacos") geralmente não consideram: o peixe está onde a comida está (ou passa).

- Lembramos que conhecer o oponente é tão, ou mais importante do que domínio da técnica.

Assuntos já começados (comentados), que pretendo comentar mais em 2008

- variações das wooly-buggers, outras iscas, detalhes e a falta deles.

- a importância dos cursos de pesca

- Líder: mais alguns comentários

- Segunda teoria sobre a impopularidade do fly.

- Algo mais sobre equipamentos, e a (in)utilidade de alguns deles.

- Fazer mais e postar mais fotografias. (só um link, tem várias no blog)

- Aprender e divulgar mais sobre entomologia


Desejo a todos muita SORTE (explicada no final do post do link) em 2008. Além de muita paz e saúde, tendo isso o resto a gente arruma.

Não sabe não se meta.

Recentemente questionaram a minha experiência em um assunto (não foi sobre pesca e não vou detalhar o ocorrido), disseram que a minha experiência não era suficiente para falar sobre tal coisa.

Até agora (ainda bem) ninguém veio, me atormentar sobre a minha (pouca) experiência no fly.

Mas, já prevendo que isso vai acontecer, vou explanar como começou a minha experiência (não o meu primeiro contato) na pesca com mosca.

Em maio de 2005 conheci o grande pescador, e que viria a se tornar um grande amigo, Rubens Gomes (ou Gorben como ele gosta).


Na época o Rubens era empresário, e podia fazer seus horários, então ele começava a trabalhar às 5 da manhã (às vezes antes) para poder parar as 15 horas e ir pescar. No meu trabalho estava com horário especial, das 8 da manhã às 14 horas.

Então quase que diariamente, nos encontrávamos às 14:30 (tempo para eu chegar em casa, almoçar e pegar a tralha) e íamos pescar.

Esta rotina se estendeu por cerca de um ano e meio, até a ida do Rubão para Portugal onde mora hoje.

O Rubens só pesca de fly e eu só pescava de bait (cheguei a tentar o fly, mas não vingou naquela época).

Então de 4 a 6 vezes por semana, de duas (no inverno) a 6 horas (no verão), durante um ano e meio eu tive contato com a pesca com mosca. E ainda por cima com um grande pescador.

Conversávamos muito sobre técnicas, táticas, equipamentos, clima, solo, vegetação, insetos, peixes, enfim tudo.

Eu era um pescador com mosca "passivo" (assim como quando sentamos ao lado de um fumante).

Aprendi tanto com o Rubens, que quando realmente fui começar a pescar com fly há uns 6 meses atrás (meu segundo equipamento, pois o primeiro eu não gostei e vendi pra não desistir de pescar no futuro), era como se já fizesse aquilo há muito tempo.

Óbvio tinha que me acostumar com o equipamento, com os movimentos, com o tempo da linha, mas o essencial: saber onde lançar a isca, conhecer vários tipos de iscas, entender a diferença da numeração de equipamentos, as variações de líderes, enfim, eu sabia um pouco de tudo. E isso me facilitou muito na hora que comecei a pescar na prática, era como se já praticasse esta modalidade há mais de 1,5 anos.

Pena que agora meu amigo vive do outro lado do Atlântico e ainda não fizemos uma pescaria só de fly juntos. Agora quando pesco é como se reencontrasse meu antigo parceiro de pesca, por vezes parece que ouço a sua voz e seus comentários sobre onde o peixe deve estar por causa da cor da água, da luminosidade do dia, dos insetos que estão eclodindo...

Mas sei que em breve nos encontraremos, ou aqui em águas Joinvilenses para pescar algumas saicangas ou em Portugal para que eu possa aprender ainda mais com o Rubens que está se tornando cada vez mais um excelente atador e pescador (principalmente de trutas e achigãs).

Explica?

As vezes em nossas andanças pelas margens dos rios encontramos lugares magníficos, aquele que você olha e pensa: UIA! É AQUI! Um verdadeiro fast-food ictiológico.


Daí você chega, pesca, pesca, pesca, usa trocentas iscas, passa um pente-fino no rio e nada... absolutamente nada.

Como explicar uma situação dessas?
Só a idéia do restaurante do peixe é suficiente?
Acho que não, mas não tenho certeza de quais outros fatores estão envolvidos.

Enfim como já disse antes: nem tudo que reluz é ouro.

sábado, 29 de dezembro de 2007

quente

Não sei como está o resto do Brasil, mas por aqui tem feito muuuito calor.
Amigos que estão indo pescar ou têm desistido na metade do dia, ou voltam acabados de cansados.

Eu não tenho ido ultimamente, por diversos motivos:

1. Banhistas: nesta época é difícil achar um lugar pra pescar que já não tenha ninguém tomando banho (hoje um amigo que foi atrás de robalos disse que tinha gente tomando banho até perto do mangue). Só se madrugar no pesqueiro ou andar muito dentro da água ou sair embarcado (outro tipo de pescaria)

2. Calor: está muuuito quente, o que além de judiar muito do pescador, faz os peixes afundarem em busca de águas menos quentes e por conseqüência mais oxigenadas, dificultando ainda mais a pescaria. E sinceramente, neste calor que tem feito, só se pegar o sol nascendo no pesqueiro (e com o horário de verão significa estar no pesqueiro antes das 6h), ou no fim da tarde, mas daí voltamos ao problema nº 1.

3. Férias: ao contrário da maioria, quando tiro férias eu pesco menos, principalmente agora que a folga do trabalho da esposa coincidiu com o meu. Afinal, pesco durante o ano, quando ela tem que trabalhar. Agora é hora de aproveitar o tempo livre com ela, e como ela tem pescado cada vez menos, as atividades de lazer são outras.

4. Tendinite: estou com um início de tendinite, melhor deixar o braço descançar um pouco. Falando nisso, é melhor digitar menos também.

E como acordar cedo nesta época de comilanças e bebilanças não é fácil... eu aproveito pra descançar, organizar a tralha, especular lojas, etc.

Pescando menos = menos idéias e fotos = menos postagens.


Paciência, melhor postar menos e melhor do que ficar enchendo linguiça.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Raro momento...


é difícil encontrar uma libélula ecoldindo quando você está com a máquina fotográfica.

Neste dia eu estava sem máquina, mas o Antonio tinha levado a dele.

Os créditos pela fotografia são dele.

Promessa de ano novo

Fazer + fotos pra deixar o blog mais "olhável"

Delivery

Além de considerar o restaurante do peixe, temos que considerar por onde a comida passa.

É como se fosse um delivery.

Imagine um poço fundo no leito de um rio, de uns 2 metros de profundidade, a comida (seja inseto, seja peixe, seja crustáceo) além de poder estar por todos os lados também pode estar em toda a coluna da água.
No fim do poço, onde começa a ficar raso, a coluna de água diminui para uns 50, 30 ou até menos, centímetros. Neste lugar caçar fica muito mais fácil, é só ficar ali esperando a comida que vem acompanhando a correnteza, às vezes indo um pouco para um lado ou para o outro, é como andar em uma praça de alimentação, sem ter que subir e afundar a todo o instante, o que seria tão trabalhoso como procurar uma lanchonete em um prédio de em 20 andares.

Outro exemplo seria um trecho onde o rio se estreita repentinamente, os insetos, os peixinhos e camarõezinhos que são carregados pela correnteza vão passar por ali com certeza.

É o fast-food ictiológico.

Estes exemplos podem (mas nem sempre) ser válidos para peixes como saicangas, jacundás (nhácundás), trutas e outros predadores.

Porém cada qual com seu hábito peculiar.
Os lambaris são um caso à parte, predadores vorazes adaptados para caçar em qualquer situação. Estão me fascinando cada vez mais agora que pesco com mosca. Tanto que é bem possível que a próxima aquisição seja um conjunto #3 ou #2.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Exemplificando o post anterior.

Na pesca do robalo no mangue, por exemplo, é fundamental conhecer os pesqueiros, vão existir várias estruturas, mas não vai ter peixe em todas. Neste caso, geralmente pesca-se diversas vezes, em diversas marés, até ir aprendendo qual galhada é boa, em qual maré, em qual hora do dia e qual é a isca boa pra este lugar.

Descobrir estes fatores não é muito difícil, basta ter tempo de fazer umas 5 pescarias no mesmo rio pra começar a entender.

Só que no fly, na pescaria de vadeio, é outra história, você não vai conseguir andar longos trechos do rio explorando todos os pontos até descobrir qual é o melhor. Bom, até consegue mas vai demorar.

E se você não pode pescar sempre ou só pode fazer pescarias curtas, vai ser bem mais produtivo saber onde arremessar do que fazer um pente-fino no rio.

Antes que isso fique muito longo, 2 exemplos:

  1. Minha primeira pescaria de fly em ambiente natural: peguei 3 saicangas grandes em 2 horas de pescaria. Na segunda, também 2 horas, 4 peixes. Na terceira, 5 horas uns 10 peixes. Eu não sabia arremessar direito, meu equipamento não é top, minhas iscas não são lindas. Como consegui? Eu sabia onde arremessar, qual estrutura era boa e qual não era.

  1. Um amigo que está começando no fly veio pescar comigo, primeiro dia, nada de pescaria, só arremessos. 2º dia, primeira pescaria dele de fly em ambiente natural: vários lambaris, algumas saicangas e um robalinho. Como ele conseguiu? Não perdeu tempo em locais que aos nossos olhos eram bonitos e prováveis de ter peixe (mas não aos olhos do peixe)

Pescar é saber ler o rio, ler o rio é (tentar e conseguir) vê-lo com os olhos do peixe.

Nem tudo que reluz é ouro

E nem toda galhada é uma boa estrutura para pesca.

ESTRUTURA: acabamos viciados em um termo que na verdade não nos diz muita coisa.

Ou você nunca viu uma estrutura linda, grandes galhadas, pedras com fendas bem do lado de poços com árvores na margem fazendo sombra e chegou lá e nada de peixe.

Comigo já aconteceu milhares de vezes e se nunca lhe aconteceu no mínimo você sempre pesca com bons guias ou freqüenta um paraíso repleto de peixes.

A regra é simples:

1º comer

2º não ser comido

3º reproduzir

A estrutura pode ser maravilhosa, mas se não oferece comida o que o peixe vai fazer lá?

Imagine um restaurante com um ótimo ambiente, cadeiras confortáveis, luz suave e difusa, uma ótima e suave música ao vivo, garçons atenciosos, preços imbatíveis, mas se a comida é ruim... você vai jantar lá?

10% x 90%

Uma vez ouvi a seguinte frase:

"10% dos pescadores pegam 90% dos peixes que são pescados"

O que diferencia um do outro?

Não é o equipamento, nem a técnica.

O que diferencia é o conhecimento que se tem sobre o peixe e sobre o seu ambiente.

Conheça seu oponente

Pra realmente conhecer o nosso oponente, o peixe, existem duas maneiras: ou você pesca e observa o ambiente, exaustivamente durante anos ou procura se informar.

Mas onde procurar a informação?

Onde ela é precisa.

O Brasil está cheio de excelentes pesquisadores, e com o advento da internet é possível encontrar muitos textos, artigos e teses científicos, com a informação que nos interessa.

Esqueça revistas de pesca, elas vão ter boas dicas quanto à iscas (principalmente das que pagam pra aparecer), mas se você realmente quer entender e compreender o seu oponente, procure informação produzida a partir de critérios científicos.

Tente o google, o banco nacional de teses e dissertações, as grandes universidades. E melhor ainda, faça uma visita à universidade mais próxima, provavelmente alguém já vai ter estudado os hábitos alimentares daquele peixe que sempre te surpreende e você nunca entende.

Um exemplo do tipo de informação que podemos encontrar: em uma determinada região do Brasil foi descoberto que as saicangas se alimentam principalmente de insetos e que o pico alimentar é no início da noite. Já em outra região o alimento principal deste mesmo peixe são pequenos peixes e o pico alimentar é ao amanhecer.

Outra excelente informação: algumas espécies não se alimentam durante o período de desova, mas comem feito loucos antes e depois deste período.

Existem inclusive estudos que indicam qual gênero de insetos constituem a dieta principal do lambari em alguns locais do país.

Isso você não encontra em revistas de pesca, isso o teu amigo que pesca há 112 anos não vai te dizer.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O restaurante do peixe

Na última enquente a maioria marcou que quer tentar aprender a ler o rio. Então vamos lá.

A idéia inicial é simples, mas na prática nem sempre.

Se você fosse um monstro comedor de seres humanos, qual a situação mais fácil de você encontrar o seu alimento?
Não vamos considerar os eventos modernos que são produto da cultura: estádios de futebol, templos religiosos, shopping centers, etc. O que todos precisam fazer?

COMER.

Quer fazer um banquete de pessoas: vá a um lugar onde tem comida pra elas (um restaurante), e fique esperando, na espreita.

Para os peixes também é mais ou menos assim.

As preocupações deles podem ser resumidas em 3:
Comer;
Não ser comido;
Acasalar.

Quer encontrar o peixe, encontre o restaurante do peixe.

Obviamente vai variar (e muito) conforme a espécie "alvo", período do dia, época do ano, cor da água, luminosidade do dia, temperatura, etc.


Mas o princípio é um só: o peixe está onde ele se alimenta.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Equipamento x Conhecimento

Freqüentemente eu critico o preço de alguns equipamentos e quase sempre acabo arranjando calorosas discussões por conta disso.

Não sou contra equipamentos caros (embora não sejam pro meu bolso), não vou nem entrar na discussão se vale a pena ou não comprar uma vara de 900 dólares ou uma camisa de US$199.

Mas equipamento não é nada sem conhecimento.



- Não adianta usar Sage, Scott, G-Lommis, Abel, etc. e não saber arremessar.



- Não adianta ter wader de gore-tex da Columbia, Orvis, Simms e não saber como e por onde caminhar no rio.



- Não adianta fazer curso de arremesso com o Mel Krieger, com o Lefty Kreh e com a Joan Wulff e não saber onde arremessar.




E só tem um jeito de aprender de verdade: pescando.



Lembra quando a tua mãe dizia: "menino, sai da frente dessa TV e vai brincar lá fora!"


É a mesma coisa:
SAI DA INTERNET, LARGA OS CATÁLOGOS, PÁRA DE FICAR ALISANDO O EQUIPAMENTO, E VAI PESCAR!!!

Continuando as fotos...

Sempre que você for pescar em rios ou lagos, tente virar umas pedras ou tocos e ver o que encontra.


Pode ser que naquele momento você nem conheça o que você vai encontrar, mas tente fotografar, pesquise (livros ou Internet), descubra que bicho é, qual seu comportamento, quais as iscas que existem que imitam tal animal, etc.

Esta é a essência da pesca com mosca: identificar o alimento dos peixes, atar algo que imite e, obviamente, pescar.


Na primeira foto uma ninfa de libélula, para os íntimos damselfly nymph, agarrada à pedra.
Na segunda foto a mesma ninfa na palma da minha mão.

Agora lembra o tópico anterior?
Pois então, estas ninfas completaram a metamorfose, subiram em uma pedra, se livraram da "casca" e viraram libélulas.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

O que você vê?

Dois assuntos em um único tópico.

1. Fotografia: mais uma importância de fotografar, você pode registar coisas importantes para a pescaria, e assim evita de esquecer do que viu.

2. Observação é essencial na pescaria, sobretudo no fly. Veja esta rocha no rio. O que você vê?
Só uma pedra? Água correndo forte? Tem algo na água? Embaixo da pedra?

Nada?

Selecione o "espaço" abaixo para descobrir:
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Pra quem não conseguiu ver a rocha está cheia de "cascas" (não sei se o termo certo para este inseto é exo-esqueleto ou enchúvia) de ninfas de libélulas, que completaram a metamorfose: eclodiram e agora voam.
Atualização 2011: o nome correto é exúvia, é o exoesqueleto. E não são de libélulas, são de stone flies
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Rendeu.

Esta semana até que rendeu.

Ainda é muito pouco, mas considerando que não estava conseguindo atar nada, até que está bom.

Como sempre não estão lindas, mas tenho certeza que os peixes não vão se importar com isso.







Foram 6 formigas de asa, 2 formigas (sem asa)














4 elk-hair caddis












e 4 Seaducers.





Semana que vem pretendo fazer umas woolly-buggers e uns deceivers.

A caixa da foto ganhei de um grande amigo (valeu!)


Como atei, não pensei muito, então não tem nenhum dos tradicionais posts ácidos.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Pare e FOTOGRAFE


Com a popularização das máquinas fotográficas digitais ficou mais fácil de ter uma boa máquina por um preço não tão absurdo. Por isso sempre que possível leve uma câmera em suas pescarias.

Mas não fotografe apenas os peixes.

Faça fotos de tudo: paisagem, rio, estrada, INSETOS, etc.

Fotografar é um ótimo hobby, ajuda muito a aprender a observar o ambiente, ajuda a, depois da pescaria com calma, olhar melhor o tipo do lugar onde pescamos, ajuda a lembrar como estava o dia, etc.

Então, de vez em sempre, pare de pescar e fotografe.

Nos próximos dias vou colocar fotos diversas que, aos mais desavisados, poderão parecer não relacionadas com pescaria.
Mas lembre: pescar não é só pegar peixe, e até chegar lá o caminho é longo, ou você conta só com a sorte?

domingo, 2 de dezembro de 2007

chegou o calor

Com a chegada do calor forte do fim de primavera e começo do verão, é hora de acordar mais cedo pra ir pescar nos finais de semana.


Acordando cedo é possível fazer belas fotografias, chegar no rio antes dos banhistas, pescar sem o sol castigando (bloqueador solar sempre) e ainda é um dos horários que os peixes estão mais ativos.

Na foto acima, o sol nascendo e o vapor de água subindo do rio.

A ignorância é uma dádiva.

E também um mal necessário.

A frase do título se encaixa em quase tudo, no fly também.

Até fazer o curso de arremesso tinha "testado" 4 varas: uma clássica de bambu, uma fenwick #6, uma saint croix #4 (todas de amigos) e uma martin #8 que ganhei (e depois vendi). Sabia que eram diferentes, mas não conseguia saber exatamente no quê.

No dia do curso de arremesso usei a minha fenwick #5, uma saint croix #4 (mais rápida que a que tinha testado antes, de outro amigo), uma martin #6 e uma Scott #7 (essas do instrutor, Beto Vaucher).

Nitidamente as varas eram diferentes, consegui perceber que umas eram mais rápidas outras mais lentas, mas parou por aí.

Os "testes" não foram realmente testes, pois eu não estava preparado para efetivamente avaliar os equipamentos. Eu não sabia o que poderia fazer com cada um deles, quais as suas vantagens e limitações.

Ontem, uns 4 ou 5 meses depois do curso, e pescando cerca de 1 vez por semana com a minha fenwick e às vezes usando a saint croix do parceiro, fiz novamente uns arremessos com a Scott do instrutor.

Quanta diferença. Agora consegui entender um pouco melhor alguns conceitos como potência, carregar a vara, deixar a vara arremessar e não o braço.

Agora eu sei algumas (não todas) das limitações, e algumas vantagens, do meu equipamento. A ignorância de não conhecer, na verdade não saber diferenciar, equipamentos de qualidade muito superior ao meu, não me incomodava.
Pescava alegremente envolto em minha inocência, a próxima pescaria (talvez hoje no fim da tarde) já não será a mesma, pois sei que ficarei imaginando como arremessaria com um equipamento "X".

Mas ainda não é hora de procurar um equipamento melhor. Três motivos:
1. dinheiro (óbvio),
2. ainda não consigo avaliar o que realmente eu quero, e o que julgo essencial:
3. não estou preparado para usar tudo o que um equipamento top pode me oferecer.

Alguns podem alegar que seria mais barato começar com um equipamento de R$800,00 do que com um de R$300 que depois de algum tempo vou trocar por um de 800 (total: R$1.200). Mas isso é outra história, mais uma das que fico devendo de terminar outra hora (posts longos são chatos e maçantes).